sexta-feira, 8 de abril de 2011

Os três tempos do Apocalipse

Os três tempos do Apocalipse (I)
“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19
No livro de Apocalipse é revelado os três tempos da história da redenção. O passado (as coisas que tens visto) que fala da pessoa histórica do Senhor Jesus, da sua morte na cruz (1.5,18; 5.9), da sua ressurreição, ascensão e principalmente da sua entronização nos Céus como Senhor de tudo e de todos (a visão do Cristo glorificado no capítulo primeiro do livro 1.9-20;). O presente (as coisas que são) que trata da existência histórica da Igreja, a partir da sua iniciação em Jerusalém como fruto da pregação de Pedro no dia de Pentecostes, até o dia do seu arrebatamento, cujo registro encontra-se nos capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse. O futuro (as coisas que depois destas hão de acontecer), que trata de escatologia (capítulos 4 até 22 do livro) cuja ênfase está no período tribulacional (os setes selos, as sete trombetas e as sete taças, no surgimento do anticristo como a besta que sobe do mar e do falso profeta como a besta que sobe da terra), na segunda vinda em glória do Senhor Jesus e do consequente arrebatamento da Igreja, da ressurreição dos mortos, do juízo final e do estado eterno.
O livro de Apocalipse foi escrito para consolar uma igreja que estava sofrendo perseguição pelo império romano cujo imperador, provavelmente Domiciano, reivindicava adoração como se fosse Deus (96 d.C. - depois de Cristo). O livro ainda foi escrito numa linguagem chamada apocalíptica onde são utilizados muitos símbolos para expressar as verdade reveladas por Deus.
Nos dois boletins seguintes, inclusive este, iremos tratar dos temas desses tempos.
Pensemos um pouco amados no tempo passado enfatizado pelo livro de Apocalipse, na pessoa, vida e obra de nosso Senhor Jesus Cristo. Nesse livro Cristo é apresentado como o cordeiro que foi morto na cruz para nos libertar de nossos pecados. “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra” Ap 5.5,6. (veja ainda Ap 1.5; 5.9,10).
Jesus é apresentado ainda como aquele que ressuscitou dentre os mortos e está vivo para todo o sempre. “... ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último, e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” Ap 1.17,18. Cristo é apresentado também como soberano Senhor do universo a quem estão subordinadas todas as coisas. “E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece” Ap 1.12-16. (Veja ainda Ap 5.11-14).
Em síntese, nesse tempo falado no Apocalipse, Cristo é apresentado como sumo Sacerdote e como Rei. Como sumo sacerdote morreu para nos salvar da perdição eterna, e como Rei governa o universo, especialmente aqueles que humildemente aceitaram seu Senhorio.
Pr. Eudes L. Cavalcanti

Os três tempos do Apocalipse (II)
“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19
No Boletim do domingo passado falamos sobre o tempo passado do Apocalipse (as coisas que vistes), que trata da obra redentora realizada por Cristo na cruz, de sua consequente ressurreição, ascensão, e entronização nos Céus donde governa o universo e mui especialmente aqueles que humildemente se submeteram ao seu senhorio.
No tempo presente do Apocalipse (as coisas que são) é dada ênfase a Igreja de nosso Senhor Jesus, na sua história, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Essa história é representada pelas sete Igrejas da Ásia Menor, identificadas no livro (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia). Uns estudiosos acham que cada igreja dessas representa um período da história da Igreja. Outros divergem. O importante é que entendamos que toda a Igreja do Senhor Jesus em todas as épocas estão aí identificadas e contempladas, pois o número sete na Bíblia, mui especialmente no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.
Se observarmos atentamente nas sete cartas destinadas as Igrejas do Apocalipse podemos constatar quatro grandes verdades: 1) O Senhor Jesus é quem destina a mensagem a Igreja, representada pelo seu Pastor (o anjo da Igreja); 2) O Senhor Jesus está atento ao que se passa dentro de sua igreja, pois nas sete cartas ele faz uma análise da vida interna delas identificando falhas e virtudes; 3) para cada uma das Igrejas o Senhor faz uma advertência para que conserve a fé, a pureza doutrinária e moral; 4) Ainda para cada Igreja o Senhor Jesus faz uma promessa ao vencedor, revelando a responsabilidade pessoal e a consequente recompensa reservada para cada um.
Ainda nessas cartas encontramos algumas frases comuns a todas elas, senão vejamos: “Ao anjo da Igreja escreve”; “Eu sei as tuas obras”; “Ao que vencer”; “quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz as Igrejas”. Podemos extrair dessas frases as seguintes verdades: 1) cada Igreja local tem uma pessoa responsável diante de Deus por ela que é o seu Pastor auxiliado pelos Presbíteros da Igreja; 2) O Senhor Jesus conhece nos mínimos detalhes a vida de todos aqueles que fazem parte de uma Igreja local, sendo isso uma manifestação de um dos seus atributos, no caso a onisciência; 3) Cada crente em Cristo tem o dever de zelar pela sua vida em todas as áreas procurando em tudo vencer as tentações da carne, do mundo e do diabo, pois o Senhor tem reservado uma recompensa para o vencedor; 4) O Espírito Santo foi dado a Igreja para está com ela durante a sua existência na face da terra, e que esse Espírito exerce o seu ministério, exortando, edificando e consolando, através dos dons carismáticos dados aos crentes e especialmente através da ministração da Palavra de Deus, daí a expressão “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas.
Vê-se também nessas cartas que numa Igreja local tem crentes de diversos tipos. Tem aqueles que perderam o seu primeiro amor como os de Éfeso. Têm crentes fiéis e consagrados como os de Esmirna e Filadélfia, capazes de darem a sua vida por amor a Cristo, têm crentes comprometidos com falsos ensinos como os de Pérgamo e Tiatira e têm crentes que contaminaram as suas vestiduras como os de Sardes, e ainda tem crente que nem são frio nem quente como os crentes de Laodicéia.
Espelhemo-nos nessas cartas irmãos e procuremos ser achados vivendo de tal maneira que agrade a Deus.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
Os três tempos do Apocalipse (III)
“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19
No Boletim do domingo passado falamos sobre o tempo presente contemplado pelo livro de Apocalipse (as coisas que são), cuja ênfase é na Igreja de nosso Senhor Jesus, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Dissemos que toda a Igreja do Senhor Jesus, em todas as épocas, está identificada, contemplada e representada naquelas sete Igrejas da Ásia Menor (Éfeso, Esmirna, Sardes, Tiatira, Pérgamo, Filadélfia e Laodicéia), pois o número sete no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.
Neste e no próximo boletim iremos falar sobre o tempo futuro do Apocalipse, que trata do período tribulacional, da segunda vinda do Senhor, do consequente arrebatamento da Igreja, da ressurreição dos mortos, do juízo final e do estado eterno.
Comecemos com o período tribulacional. O Apocalipse identifica um período de intensa aflição no mundo que antecederá a segunda vinda do Senhor. Esse período é retratado pela abertura dos sete selos, do toque de sete trombetas e do derramar de sete taças quando nos é dito que se consumará todo o desagrado divino sobre um mundo iníquo e apóstata. O livro de Apocalipse fala da atuação nesse período de um triunvirato maligno: o dragão (Satanás), a besta que sobe do mar (o Anticristo) e a besta que sobe da terra (o Falso Profeta) cuja missão é inculcar no coração dos homens que não tem a Jesus como Salvador, a devoção ao Anticristo. Será um período de intensa apostasia conforme revelado por Paulo em 2 Ts 2.1-12. Paulo fala no texto citado de uma tal “operação do erro” em que as pessoas darão crédito a mentira em vez de darem crédito as verdades de Deus. Ainda, esse período será conhecido como um período de um gigantesco aumento da iniqüidade (violência, imoralidade, desrespeito as autoridades, esfriamento do amor, etc), é o tal tempos trabalhosos que Paulo fala em sua 2ª carta a Timóteo (2 Tm 3.1-9).
O segundo grande acontecimento, logo após o período tribulacional, é a segunda vinda do Senhor em glória para buscar a sua igreja. A promessa feita por Jesus de que voltaria outra vez (Jo 14.1-3) cumprir-se-á logo após a grande tribulação. Os sete selos, as sete trombetas e as sete taças, que são eventos simultâneos, de intensidade crescente terminam com eventos cósmicos e o aparecimento de Cristo descendo dos céus a terra (Ap 6.12-17; 11.15-19; 16.17-21; Ap 19.11-21; Mt 24.29-31). A segunda vinda do Senhor terá características distintas, a saber: 1) será uma vinda pessoal (virei outra vez); será uma vinda física, consequentemente visível, ou seja, Jesus voltará com o corpo que assumiu na encarnação, glorificado na ressurreição (eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá); 3) será uma vinda gloriosa (e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória). Jesus veio a este mundo pela primeira vez em humilhação, mas na sua segunda vinda virá rodeado de anjos com poder e grande glória. (veja Mt 24.30; Ap 19.11-16).
Por ocasião da segunda vinda do Senhor dar-se-á o arrebatamento da Igreja. Jesus descerá do lugar onde estava (o terceiro Céu) e se encontrará com a sua Igreja, que será impulsionada pelo Espírito Santo, no céu atmosférico. No arrebatamento da Igreja os crentes falecidos ressuscitarão com corpos glorificados e os crentes vivos serão transformados (o corpo mortal será revestido de imortalidade), e juntos subirão aos Céus para encontrar o Senhor Jesus nos ares. (veja 1 Ts 4.13-18).
Pr. Eudes L. Cavalcanti

Os três tempos do Apocalipse (IV)
“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19
No Boletim do domingo passado tratamos sobre o tempo futuro do Apocalipse (as coisas que depois destas hão de acontecer), e nele enfocamos o período tribulacional, a segunda vinda do Senhor e o consequente arrebatamento da Igreja. Neste boletim, dando continuidade ao assunto, trataremos sobre a ressurreição geral, sobre o juízo final e sobre o estado eterno.
No programa divino está previsto no seu final recompensas e punições. Recompensa para o justo e punição para o ímpio. Entenda-se como justo aquele que foi justificado pelos méritos de Cristo e ímpio aquele que não foi justificado por Cristo. Essas recompensa e punição serão aplicadas ao homem de forma integral (sua parte material e a sua parte espiritual). Em outras palavras o corpo e não só a alma do homem será objeto também das benesses ou do juízo de Deus. Daí a necessidade da ressurreição do corpo. A Bíblia diz que os crentes em Cristo receberão, quando da segunda vinda do Senhor, corpos glorificados semelhante ao corpo de Jesus ressurreto (Fp 3.20,21; 1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.50-54), para poderem gozar plenamente as bênçãos da salvação. Os ímpios também ressuscitarão, mas com corpos especiais, não glorificados, para serem julgados, condenados e punidos pela sua impiedade. Esses corpos estarão capacitados para não serem destruídos quando estiverem sofrendo no inferno (Sl 9.17; Ap 20.15).
O outro acontecimento previsto no programa divino logo após a ressurreição dos mortos é o juízo final. A Bíblia diz que todos os seres humanos comparecerão diante de Deus para serem julgados por suas obras. Por ocasião desse ajustes de contas o Senhor Jesus, o grande Juiz, separará as ovelhas dos bodes, ou seja, os crentes dos descrentes, sendo os primeiros destinados a vida eterna e os outros destinados a perdição eterna, banidos para sempre da presença de Deus. “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” Ap 20.11-15.
Depois do julgamento final seguir-se-á o estado eterno onde as coisas não terão mais variação. A terra manchada pelo pecado será totalmente renovada e Deus usará fogo para isso, conforme dito por Pedro em sua segunda carta. “Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão... aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” 2 Pe 3.10-13”. No livro de Apocalipse João viu esse tempo glorioso para os salvos. “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” Ap 21.1-3. Assim encerrar-se-á o programa de Deus para o homem, conforme as Sagradas Escrituras.
Assim sendo, amados, sirvamos a Deus com sinceridade de coração e em tudo vivamos uma vida piedosa para glória DELE.
Pr. Eudes L. Cavalcanti

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