terça-feira, 10 de maio de 2011

Confissões de Fé Valdense 1120 e 1544

Confissão de Fé Valdense de 1120
1. Cremos e mantemos firmemente tudo o que está contido nos doze artigos do símbolo comumente chamado de Credo Apostólico, e consideramos herética qualquer inconsistência com eles.
2. Cremos que há um só Deus - o Pai, Filho e Espírito Santo.
3. Reconhecemos como Escrituras Sagradas e canônicas os livros da Bíblia Sagrada.
4. Os livros acima mencionados nos ensinam: que há um DEUS, todo-poderoso, ilimitado em sabedoria, infinito em bondade, e que, em Sua bondade, fez todas as coisas. Porque Ele criou Adão à Sua própria imagem e semelhança. No entanto, por causa da inimizade do diabo e sua própria desobediência, Adão caiu, o pecado entrou no mundo, e nos tornamos transgressores em e por Adão.
5. Cremos que Cristo havia sido prometido aos pais que receberam a lei, a fim de que, conhecendo seu pecado pela lei, e sua injustiça e insuficiência, pudessem desejar a vinda de Cristo para realizar a satisfação por seus pecados, e cumprir a Lei por Ele mesmo.
6. Cremos que no tempo determinado pelo Pai, Cristo nasceu - em um tempo em que abundava a iniqüidade, para manifestar que não era devido à nossa bondade, porque éramos pecadores, mas para que Ele, que é verdadeiro pudesse mostrar Sua graça e misericórdia a nós.
7. Que Cristo é nossa vida, verdade, paz e justiça - nosso pastor e advogado, nosso sacrifício e sacerdote, quem morreu pela salvação de todo aquele que crê, e que ressuscitou para a justificação deles.
8. E também cremos firmemente que não há outro mediador, ou advogado para com Deus o Pai senão Jesus Cristo. Com respeito à Virgem Maria, ela era santa, humilde e plena de graça; e isto também cremos com relação a todos os outros santos, que estão esperando no céu a ressurreição de seus corpos no dia do juízo.
9. Cremos também que, depois desta vida, existem apenas dois lugares - um para os que são salvos e outro para os condenados, os quais chamamos paraíso e inferno, respectivamente. Negamos por completo o purgatório imaginário do Anticristo, inventado para se opor à verdade.
10. Ademais, sempre temos considerado todas as invenções [em matéria de religião] como uma abominação indizível diante de Deus; citamos os dias festivos e vigílias dos santos, a chamada “água benta”, o abster-se de carnes em certos dias e outras coisas parecidas; porém, sobre tudo isso, citamos as missas.
11. Mantemo-nos contra todas as invenções humanas, como procedentes do Anticristo, as quais produzem angústia e são prejudiciais para a liberdade da mente. [Provavelmente aqui temos uma alusão às penitências e práticas ascéticas - nota da versão espanhola ]
12. Consideramos os Sacramentos como sinais das coisas santas ou como emblemas das bênçãos invisíveis. Cremos que justo e também necessário que os crentes se utilizem desses símbolos ou formas, quando possível. No entanto, sustentamos que os crentes podem ser salvos sem esses sinais, quando não dispõem do lugar ou da oportunidade de observá-los.
13. Não aprovamos outros sacramentos [como instrução divina], à parte do Batismo e da Ceia do Senhor.
14. Honramos os poderes seculares, com sujeição, obediência, prontidão e impostos.

Confissão de Fé Valdense de 1544
Cremos que há um só Deus, que é Espírito - o Criador de todas as coisas - o Pai de tudo, que é sobre tudo, e por tudo e em tudo; o qual deve ser adorado em espírito e em verdade - do qual dependemos continuamente, e a quem rendemos louvor por nossa vida, alimento, abrigo, saúde, enfermidade, prosperidade, e adversidade. Nós O amamos por ser a fonte de toda bondade; e O reverenciamos pois é o ser sublime, que sonda e prova os corações dos filhos dos homens.
Cremos que Jesus Cristo é o Filho e a imagem do Pai - que nEle habita toda a plenitude da Deidade, e que por Ele somente conhecemos ao Pai. Ele é o nosso Mediador e advogado; e não há outro nome dado debaixo do céu em que possamos ser salvos. Em Seu nome somente nos achegamos ao Pai; não nos utilizamos de orações além daquelas contidas nas Sagradas Escrituras, ou das que estão em concordância com elas.
Cremos no Espírito Santo como o Consolador, que procede do Pai e do Filho, por cuja inspiração somos ensinados a orar, sendo renovados por Ele em nossas mentes; quem nos faz novas criaturas para as boas obras, e de quem recebemos o conhecimento da verdade.
Cremos que há somente uma igreja santa, que compreende a assembléia dos eleitos e fiéis que existiram desde o principio do mundo e que existirão até o fim. O Senhor Jesus Cristo é o cabeça dessa igreja - ela é governada por Sua Palavra e guiada pelo Espírito Santo. Na igreja é necessário que os cristãos tenham comunhão. Cristo intercede por Ela sem cessar, e Sua oração por ela é a mais aceitável diante de Deus, sem a qual de fato não haveria possibilidade de salvação.
Sustentamos que os ministros da igreja devem ser irrepreensíveis tanto na vida como na doutrina; se se prova o contrário, eles devem ser depostos de seu ofício, e substituídos por outros; e que nenhuma pessoa pode presumir de tomar esta honra para si mesma senão aquele que é chamado por Deus como o foi Arão - que os deveres dos tais são alimentar o rebanho de Deus, não por lucro, ou como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas como exemplos para o rebanho, em palavra, em conversas, em caridade, em fé e em castidade.
Afirmamos que os reis, príncipes e governadores são os ministros designados por Deus, aos quais temos que obedecer [em todo assunto legal e civil], porque portam a espada para defender o inocente e castigar aquele que faz o mal; essa é a razão por que devemos honrá-los e pagar-lhes tributo.Ninguém pode se excluir desse poder e autoridade, como vemos no exemplo do Senhor Jesus Cristo, o qual voluntariamente pagou o tributo, sem tomar para si mesmo jurisdição alguma do poder temporal.
Cremos que a ordenança do batismo em águas é o sinal visível e externo que representa aquilo que, pela virtude da operação invisível de Deus está dentro de nós - isto é, a renovação de nossas mentes, e a mortificação dos nossos membros por meio da fé em Jesus Cristo. E por essa ordenança somos recebidos na santa congregação do povo de Deus, havendo professado e declarado nossa fé e novidade de vida.
Mantemos que a ceia do Senhor é uma comemoração dos (e em agradecimento pelos) benefícios que temos recebido por Seus sofrimentos e morte - e que deve ser recebida em fé e amor - examinando-nos a nós mesmos, de forma que possamos comer o pão e beber do vinho, como está escrito nas Sagradas Escrituras.
Sustentamos que o matrimônio foi instituído por Deus, que é santo e honorável, e que não deve ser proibido a ninguém, se não houver restrição por parte da Palavra de Deus.
Asseguramos que todos aqueles em que habita o temor de Deus serão guiados a agradá-lo, e a abundar em boas obras [do Evangelho], as quais deus preparou de antemão para que andássemos nelas - amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, mansidão, sobriedade, e todas as demais boas obras a que se exorta nas Sagradas Escrituras.
Por outro lado, confessamos que consideramos nosso dever ter cuidado com os falsos mestres, cujo objetivo é desviar as mentes dos homens da adoração verdadeira de Deus, e levá-los a pôr sua confiança na criatura, ao se apartarem das boas obras do Evangelho, e colocarem sua atenção nas invenções dos homens.
Temos o Antigo e Novo Testamento como nossa regra de vida, e concordamos com a confissão de fé [normalmente conhecida como] o Credo dos Apóstolos.

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