segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Brevidade da Vida


       Refletindo sobre a vida pude constatar como é breve a nossa existência aqui na face da terra. Constatei também que a marcha do tempo em que a nossa vida está inserida é inexorável, o que é óbvio, e que ninguém pode detê-la. “Ontem” era um meninote, afoito, destemido, vivendo só para os meus caprichos, sem me preocupar com Deus nem com a sua obra. Hoje, com sessenta e três anos, tenho refletido mais do que nunca sobre a brevidade da vida. Como passa rapidamente o tempo! Razão tinha a poetisa sacra Sarah Kalley, quando disse: “Rápida voam as horas da vida, veloz se aproxima o momento final. Cedo nos chega a cruel despedida daqueles que amamos no mundo mortal...” S.H. 310).
      A expectativa de vida a nós revelada nas Sagradas Escrituras é de setenta anos considerando o curso natural da vida. Dependendo da constituição física e dos cuidados com a saúde pode-se chegar a oitenta anos, depois disso é canseira e enfado. “A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos” Sl 90.10.
      Quando Deus criou o homem o criou para que ele vivesse para sempre. Infelizmente, o pecado desfez essa expectativa e a morte entrou no cenário da vida humana pondo fim a mesma neste mundo. A terrível sentença do Criador sobre o pecado do homem paira sobre a sua vida: Tu és pó, e em pó te tornarás.
      A vida é um dom de Deus, com propósito definido, que devemos conhecer e vivenciar. Olhando para as Escrituras de uma forma panorâmica, podemos constatar    que o propósito de Deus para a vida do ser humano é que ele viva para a Sua glória e goze das benesses que o Senhor disponibilizou para ele.
      Ainda devemos considerar que aproveitar a vida ou gozá-la, é viver para Deus, comprometido com a Sua Igreja, servindo de coração ao Senhor, com a vida, o tempo e os bens. Ninguém será feliz de fato vivendo só pra si, nem tampouco pode apresentar algo de positivo que fez para o seu próximo e para Deus no grande dia em que iremos comparecer diante dEle, para prestar conta da vida que Ele graciosamente nos concedeu.
      O salmista Davi tinha consciência da brevidade da vida e do propósito de Deus para ela, e dedicou-a ao serviço do Reino de Deus, na área que Deus reservara para si. “Porque, na verdade, tendo Davi, no seu tempo, servido conforme a vontade de Deus, dormiu, e foi posto junto de seus pais, e viu a corrupção” At 13.36. Olhando para esse texto bíblico podemos extrair algumas verdades importantes sobre o assunto em foco: 1) temos só uma existência aqui neste mundo (no seu tempo); 2) Deus tem um propósito com a nossa vida neste mundo, propósito esse relacionado à sua obra (servido conforme a vontade de Deus); 3) a vida terá o seu fim aqui neste mundo (foi posto junto aos seus pais era uma expressão em Israel que queria dizer, morreu e foi sepultado).
      Salomão refletindo sobre a brevidade da vida, descreveu o seu ciclo, da juventude até ao término dela: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade... antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” Ec 12.1-8.  No final do livro de Eclesiastes, depois de uma profunda reflexão sobre a brevidade da vida, Salomão o concluiu assim: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. Ec 12.13,14      
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti 

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