Instruções
Básicas
para
Preparação
ao Batismo
Rev. Eudes Lopes Cavalcanti
Outubro de 2013 (Revisão)
Sumário
Introdução
I
- A Bíblia Sagrada
II
- O Pecado
III
- A Salvação
IV
- A Santificação
V
- A Igreja
VI
- O Batismo Cerimonial
VII
- A Ceia do Senhor
VIII
- O Culto Cristão
IX-
A Oração
X
- A Contribuição
Conclusão
Bibliografia
INTRODUÇÃO
A elaboração desta apostila tem
como objetivo principal fornecer as Igrejas Evangélicas Congregacionais, como
também, a outro grupo evangélico que assim desejar, um material sucinto que facilite o trabalho dos
professores das classes de catecúmenos
e, ao mesmo tempo, proporcionar aos alunos uma melhor compreensão dos assuntos
estudados na sua preparação ao batismo.
Nessa obra de preparação ao batismo,
faz-se necessário que as informações básicas sobre a doutrina cristã sejam
repassadas aos batizandos de forma tal que os mesmos ao se submeterem ao
batismo o façam de maneira consciente.
Queira o Todo-Poderoso Deus abençoar
este trabalho visto que o mesmo é feito com a intenção de facilitar o trabalho
da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, e ao mesmo tempo, glorificar o Seu
santo Nome.
I -
A BÍBLIA SAGRADA
1. Conceito
Chama-se Bíblia o conjunto de 66 livros
inspirados por Deus, aceitos pela Igreja Evangélica como única regra de fé e
prática do cristão.
2. A Divisão da Bíblia
A Bíblia Sagrada divide-se em duas
grandes partes: O Antigo e o Novo Testamento.
A Palavra Testamento, relacionada à
Bíblia Sagrada, significa Pacto ou Aliança.
3. Classificação dos livros da Bíblia
Classificamos os livros da Bíblia
Sagrada da seguinte maneira:
a) Antigo Testamento (39
livros)
a) Pentateuco (Os livros da Lei) -
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
b) Os Livros Históricos - Josué, Juízes,
Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis,
1
Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
c) Os Livros Poéticos - Jó, Salmos,
Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
d) Os Livros Proféticos - Isaías,
Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel (Profetas Maiores); Oséias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias (Profetas Menores).
Os títulos Profetas Maiores e Profetas
Menores não têm nada haver com a importância do profeta nem com a sua mensagem
e sim com a quantidade de capítulos e versículos, bem como quanto ao tempo de
ministério do profeta no meio do povo de Israel.
b) Novo Testamento (27 livros)
a) os Evangelhos -
Mateus, Marcos, Lucas e João (Os três primeiros são chamados de Evangélicos
Sinóticos, pois os relatos são semelhantes).
b) O Livro Histórico - Atos dos
Apóstolos.
c) As Cartas Paulinas - Romanos, 1
Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito e
Filemon.
d) A Carta aos Hebreus.
e) As Epístolas Gerais - Tiago, 1
Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João e Judas.
f) O livro da Revelação - Apocalipse.
4. A Inspiração da Bíblia
Por inspiração da Bíblia queremos dizer
que Deus, na pessoa do Espírito Santo, influenciou de maneira sobrenatural os
autores dos livros das Sagradas Escrituras, fazendo assim com que os seus
relatos se convertessem em autênticos registros da verdade revelada.
Assim sendo, toda a Bíblia foi
inspirada por Deus Verbal (2 Pe
1.20,21) e Plenariamente (2 Tm
3.16).
Por Inspiração Verbal, queremos dizer que a influência do Espírito
Santo foi além da direção dos pensamentos, chegando até a seleção das palavras
usadas para transmitir a mensagem que foi registrada nos escritos originais.
Por Inspiração Plenária, queremos dizer que todas as palavras da
Bíblia, desde a primeira do livro de Gênesis até a última do livro de
Apocalipse, foram inspiradas por Deus.
5. Autoria e Tempo de Preparo da Bíblia
A Bíblia foi escrita por mais ou menos
40 escritores de diversos matizes culturais, num período de aproximadamente dezesseis
séculos. O mais antigo escritor de livro da Bíblia foi Moisés e o mais recente,
o apóstolo João.
6 - As Línguas Originais
O Velho Testamento foi escrito em quase
sua totalidade em hebraico a língua dos judeus, exceto pequenos trechos
escritos em aramaico (Ed 4.8-6.18; 7.12-26; Dn 2.4-7.28; Jr 10.11), a língua
comercial da época. O Novo Testamento foi escrito em sua totalidade na língua
grega (grego koinê = popular).
7 - O Personagem Central da Bíblia
O Senhor Jesus Cristo é o personagem
central da Bíblia. Jesus é identificado nos livros das Sagradas Escrituras através dos tipos,
das figuras, dos símbolos, das profecias diretas, de sua biografia e dos
escritos dos seus apóstolos.
Vejamos a identificação de Jesus em
cada livro da Bíblia Sagrada:
Gênesis - A Semente da Mulher
Êxodo -
O Cordeiro Pascoal
Levítico
- O Sacrifício Expiatório
Números - A Rocha
Deuteronômio- O
Profeta Prometido
Josué -
O Príncipe do Exército do Senhor
Juizes
- O Libertador
Rute -
O Parente Remidor
1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1
e 2 Crônicas - O Rei de Israel
Esdras e Neemias - O
Restaurador
Ester -
O Advogado
Jó
- O Redentor que Vive
Salmos - Tudo em todos
Provérbios - A Sabedoria Divina
Eclesiastes - A Razão Suprema do Viver
Cantares - O Amado
Isaías... Malaquias - O
Messias
Os Evangelhos (Mateus...
João) - O Cristo
Atos dos Apóstolos - O
Espírito
As Epístolas (Romanos...
Judas) - A Cabeça da Igreja
Apocalipse - O Alfa e o Ômega
II -
O PECADO
1 - Conceito
a) “Pecado é qualquer falta de
conformidade com a Lei de Deus, ou a transgressão dessa Lei.”
b) Pecado é tudo aquilo que falamos,
pensamos ou praticamos e que vai de encontro à vontade de Deus revelada em Sua
Palavra.
2 - Origem do Pecado
a) No Céu - O
pecado teve origem no Céu, entre os anjos de Deus, quando Lúcifer, o querubim
ungido, rebelou-se contra o Criador, sendo expulso do Céu juntamente com um
terço dos anjos que o seguiram (Is 14.12-17; Ez 28.11-19; Ap 12.3,4).
b) Na Terra - O
pecado surgiu na terra quando os nossos primeiros pais, Adão e Eva,
desobedeceram à ordem dada por Deus e comeram, por instigação do Diabo, do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16,17; 3.1-6,17).
3 - As Conseqüências do
Pecado de Adão
O pecado dos nossos primeiros pais
trouxe para eles e seus descendentes a morte, conforme Deus tinha dito (Gn
2.16,17).
A morte, que é o salário do pecado (Rm
6.23), tem três dimensões, a saber:
a) Morte Espiritual - É
a destituição no homem da glória de Deus. É a separação do homem de Deus, desde
o seu nascimento (Rm 3.23; Ef 2.1; Cl 2.13; Jo 5.24).
b)
Morte Física - É a separação da parte espiritual (alma ou
espírito) da parte material (corpo) (Gn 3.19; 35.18; Ec 12.7; Tg 2.26).
c) Morte Eterna - É
a eterna separação entre o homem e Deus. Ela acontece quando a pessoa morre fisicamente, estando
morto espiritualmente, isto é, separado de Deus, sem o perdão de seus pecados e
sem a salvação de sua alma que só pode ser proporcionada por nosso Senhor Jesus
Cristo (2 Ts 1.9; Dn 12.2; Mt 10.28; 25.41; Lc 16.22; Ap 20.15).
4 - Abrangência do Pecado
a) Corrupção Total da Natureza Humana.
O pecado atingiu o ser humano em sua
totalidade - o seu corpo, a sua alma ou o seu espírito (Is 1.4-6; Rm 7.15-20;
Mt 15.18-20; Sl 51.5; Ef 2.3).
b) Propagação Universal
O pecado propagou-se em todos os seres
humanos, através de Adão e Eva. Isso quer dizer que a raça humana é uma raça
pecadora; pois o homem traz, desde quando nasce, o germe do pecado em seu coração
(Rm 3.9-19,23; 5.12,17,18; Sl 51.5).
5- A Hediondez do Pecado
O pecado é hediondo porque provoca as
seguintes coisas:
a) Fere a Santidade de Deus
Deus é um Ser Puro, Santo, Imaculado e
exige de suas criaturas morais (o homem e a mulher) santidade de vida. Qualquer
pecado do ser humano fere frontalmente a santidade divina (Lv 19.2; 20.7; 1 Pe 1.15,16; Is 6.3).
b) Escraviza o homem
O homem foi feito por Deus uma criatura
livre, mas o pecado se assenhoreou dele e o fez seu escravo (Jo 8.34; Rm 6.16;
7.14; Cl 1.13).
c) Destrói no Homem a Imagem de Deus
O pecado descaracteriza o homem
deformando a imagem de Deus, com a qual foi criado (Gn 1.26,27; Rm 3.23; Ef
4.17-19,22).
d) Condena o Homem a Perdição Eterna
O pecado, por causa de suas
conseqüências, leva o homem à perdição eterna, caso não receba a salvação
através de Jesus Cristo. “O salário do pecado é a morte...” Rm 6.23. Veja
ainda Rm 5.12; Ez 18.4,20; Tg 1.15.
III
- A SALVAÇÃO
1 - Conceito
É a manifestação da graça de Deus,
através de Jesus Cristo, na vida de uma pessoa, salvando-a da perdição eterna,
quando ela, arrependida, num ato voluntário de fé aceita e crê em Jesus como
seu único, suficiente e eterno Salvador.
2 - A Concepção da Salvação
A salvação do pecador perdido foi
concebida pelo conselho da Santíssima Trindade, segundo o eterno propósito de
Deus em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo (1 Pe 1.18-20; Ef 1.3-5; 3.8-12; At 4.26-28; Ap 13.8).
3 - O Fundamento da Salvação
A salvação do pecador perdido está fundamentada no grandioso amor que Deus tem
pelas suas criaturas morais. Esse amor, que é um dos atributos morais da
Deidade, é o amor sacrificial, desinteressado, não circunstancial. É o amor
eterno que Deus nos tem em Cristo Jesus (Jo 3.16; Rm 5.8; Gl 2.20; 2 Ts 2.16; 1
Jo 4.8-10,16,19; Ap 1.5).
4 - A Realização do Ato
Salvífico
A salvação foi realizada por nosso
Senhor Jesus Cristo, Filho Eterno de Deus, que veio a este mundo em carne e
ofereceu a sua preciosa vida em sacrifício na cruz do Calvário, para salvar da
perdição eterna que pesava sobre o homem por causa de seus pecados. Para
autenticar o ato Redentor feito pela Sua morte, Jesus ressuscitou dentre os
mortos pelo poder de Deus (Jo 3.16; 1 Tm 1.15; 2.5; Hb 5.9; 7.25; 1 Co 15.3,4;
Ef 1.5-7; Cl 1.13,14; At 4.12).
5 - O Oferecimento Gratuito da Salvação
Deus em Cristo Jesus oferece,
gratuitamente, a salvação a todos os pecadores perdidos. A salvação é um dom
gratuito de Deus ao homem (Rm 6.23; Tt 2.11; Is 55.1-3; Jo 7.37; Mt 11.28-30;
Ef 2.8; Ap 22.17).
6 - A Apropriação da
Salvação
Para se apropriar da salvação dois
passos são exigidos ao ser humano por Deus: o primeiro é o arrependimento e o
segundo é a fé (Mc 1.15; At 2.38; 3.19;
Ef 2.8).
a) Arrependimento -
Deus exige que o ser humano, para receber dele o perdão, arrependa-se de seus
pecados, isto é, reconheça a sua
condição de pecador perdido aos olhos do Todo-Poderoso e tome a firme decisão de abandonar a vida
pecaminosa (Lc 15.17-20; 18.13; 24.47; At 17.30,31; Mc 1.15).
b) A fé
(Crer em Jesus) - O outro passo que deve ser tomada é o passo da fé. A salvação
oferecida, gratuitamente, por Deus ao pecador perdido, deve ser recebida pela
fé. O pecador, arrependido, deve aceitar e crer em Jesus como seu único,
suficiente e eterno Salvador (Mc 1.15; Mc 16.15,16; Ef 2.8; At 16.31; Rm 5.1;
10.8-11; Gl 2.16; 3.11).
7 - O Alcance da Salvação
Assim como o pecado atingiu toda a
estrutura do ser humano (corpo, alma ou espírito), assim também, a salvação
alcança o homem integralmente. Para um grande mal, o maior dos remédios. A
Bíblia diz em 1 Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo
o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados irrepreensíveis para a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.53,54; 5.4,5; Lc 1.46,47).
- Para o corpo a salvação garante
glorificação (Fp 3.20,21: 1 Co 15.50-54) .
- Para a alma ou espírito a salvação
proporciona o perdão (Ef 4.32; 1 Jo 2.12) e vivificação (Ef 2.1,2,5; Rm 6.11).
8 - A Posse da Salvação
A salvação é gozada neste mundo, a
partir do momento em que a pessoa arrependida crer em Jesus como seu Salvador
pessoal, e tem um prolongamento por toda a eternidade através da vida eterna
dada por Deus (Jo 5.24; 3.16; 6.47; Lc 23.43; 1 Jo 5.11,12).
9 - As Bênçãos Decorrentes
da Salvação
Grandes são as bênçãos decorrentes da
salvação, senão vejamos:
a) Perdão dos pecados - No
ato da conversão, todos os pecados da pessoa são perdoados pelo poder do sangue
de Jesus. “E ele (Jesus) é a propiciação pelos nossos pecados e não somente
pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” 1 Jo 2.2. (Ef 4.32; Cl 2.13; 3.13; Mt 9.2; 1 Jo 2.12;
Sl 32.1).
b) Justificação -
No ato da conversão a pessoa é declarada justificada diante de Deus pela
imputação da justiça ou méritos de Cristo. “Tendo em vista a manifestação da
sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador
daquele que tem fé em Jesus” Rm 3.26.
(Rm 3.24,28; 5.1,9; 8.30,33; Tt 3.7).
c) Redenção -
Quando da conversão a pessoa é resgatada da escravidão do pecado e do poder do
Diabo e transportada, espiritualmente, para o Reino da Luz, graças ao poder
redentor do sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário. “Sabendo que não foi
mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do
vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” 1 Pe 1.18,19. (Rm 3.24; 1 Co 1.30; Ef 1.7; Cl 1.14; Hb 9.12; 1 Co
6.20; 7.23).
d) Regeneração -
No ato da conversão, a pessoa é regenerada, transformada em nova criatura,
nascendo de novo pela instrumentalidade do Espírito Santo. “Não por obras de
justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou
sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.” Tt 3.5,6. (Jo 3.3; 1 Pe 1.3,23; 2 Co 5.17).
e) Adoção -
Quando a pessoa se converte ela é adotada por Deus como filho, passando a
gozar, a partir daí, dos direitos e privilégios inerentes a essa nova relação
estabelecida com o Pai Celestial. Isso implica também na responsabilidade que
recai sobre o crente de viver conforme o Evangelho de Cristo. “Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber,
aos que crêem no seu nome.” Jo 1.12. (Rm 8.15; Gl 4.5-7; Ef 1.5; 1 Jo 3.1,2).
f) Reconciliação -
No ato da salvação, a pessoa é reconciliada com Deus por intermédio de Jesus
Cristo, desfazendo-se, assim, a inimizade que existia entre Deus e o homem por
causa do pecado. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as
suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” 2 Co 5.18,19. (1 Tm 2.5; Rm 5.10,11; Ef 2.12-19; Cl
1.20; Hb 9.15; 12.24).
g) Santificação -
No ato da conversão, a pessoa é purificada de seus pecados numa ação
instantânea da graça de Deus. Isso é chamado de Santificação Posicional. Daí por
diante o crente tem que se esforçar para manter o seu coração puro diante de
Deus. Chama-se essa fase da santificação de Experimental. “Aquele que nos ama,
e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados.” Ap 1.5. (1 Jo 1.9; 1 Co 6.11; Hb 10.10,29; 1 Ts 4.3,7;
5.23).
i) Glorificação -
No programa de Deus, em relação à Igreja, há uma bênção futura para todo os
crentes, que é a redenção ou glorificação do corpo. Isso quer dizer que todos
os salvos, quando do arrebatamento da Igreja, terão os seus corpos
glorificados, habilitando-os, assim, a viverem para sempre com o Senhor. “Pois
a nossa pátria está nos Céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual
ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até
subordinar a si todas as coisas.” Fp 3.20,21. (Rm 8.17,30; Cl 3.4; 1 Pe 5.1; 1 Jo 3.2; Ef 5.27; 1 Co
15.53-57).
IV -
A SANTIFICAÇÃO
1 - Conceito
a) “Santificação é a obra da livre
graça de Deus, pela qual somos renovados no homem interior, segundo a imagem de Deus, e habilitados a
morrer cada vez mais para o pecado e viver para retidão.”
b) “Santificação é aquela operação
graciosa e contínua do Espírito Santo pela qual ele purifica o pecador da
contaminação do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o
habilita a praticar boas obras.”
2 - Classificação
a)
Posicional (ocorrida no ato da conversão) Todo o salvo é chamado de santo
ou de santificado em Cristo Jesus. (Rm 1.7; 1 Co 1.2; 2 Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.2; 1 Co 6.10,11).
b) Experimental (um
processo que nos acompanhará por toda a nossa existência terrena) (1 Ts 5.23;
3.13; Pv 4.18; Rm 12.1,2; Fp 1.29; Ef 2.21; 1 Pe 2.2; 2 Pe 3.18).
3 - Abrangência da Santificação
a)
O Interior da Pessoa - Assim como o pecado tem origem no interior da
pessoa, assim também a obra de santificação deve começar por aí, pois é do
coração que procedem as saídas da vida. “Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Pv 4.23. (Mt
23.25,26; Mt 7.17-20; Sl 19.14; 1 Ts 5.23).
b) O Exterior da Pessoa - A
obra de santificação abrange também a vida exterior da pessoa, ou seja, os seus
atos e as suas palavras. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
céus.” Mt 5.16. (1 Ts 5.23;
1 Co 6.20; 1 Pe 1.15; Fp 2.15).
4 - Os Agentes da
Santificação
a)
O Agente Divino (Deus, através da ação poderosa do Espírito Santo, é quem gera
um viver santificado no salvo) “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
Jo 17.17. (1 Ts 5.23; Rm 1.4; Ef 5.26; 2 Ts 2.13; 1 Jo 1.7).
b)
O Agente Humano (o salvo também é responsável pela santificação de sua
vida, colaborando assim com Deus na grande obra de um viver que agrade ao Senhor)
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Hb 12.14. (1 Ts 4.3,7; Js 3.5; 1 Pe 1.15; Ef 4.17-32).
5 - Os Recursos Usados para
a Santificação
Deus, na sua graça, pôs a nossa
disposição poderosos recursos para vivermos uma vida santificada, senão
vejamos:
a)
A Palavra de Deus - A Bíblia Sagrada é um dos poderosos instrumentos usados
por Deus para santificar a vida do crente. “De que maneira poderá o jovem
guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” Sl 119.9. (Jo 17.17; Hb 4.12; Ef 5.26,27; 2 Tm
3.16,17).
b) O Espírito Santo - A
terceira pessoa da Santíssima Trindade, O Espírito Santo, nos foi dado por Deus
também para trabalhar na área de santificação da vida. Ele habitando no crente,
que é parte do plano de Deus na Dispensação da Graça, é o grande motivador de
uma vida de santidade. “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das
coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do
Espírito.” Rm 8.5. (Rm 8.6; Gl
5.22,23; 5.16,17; Tg 4.4,5).
c) A Oração - A
oração sincera, feita em nome de Jesus, é outro poderoso instrumento que Deus
usa para santificar a vida da pessoa salva. “Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”
Mt 26.41. (Ef 6.18; Lc 22.31,32; Tg 5.16; 1 Ts 5.17; Cl
4.2; Ef 3.14-20).
c) O Sangue do Senhor Jesus Cristo - O
sangue de nosso Senhor Jesus Cristo foi derramado na cruz do Calvário para nossa
eterna redenção e contínua purificação de nossos pecados. Há um glorioso poder
purificador no sangue de Jesus. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na
luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado.” 1 Jo 1.7. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1
Jo 1.9. (Ap 1.5; Hb 9.14; 13.12; 10.10,14).
6 - A Razão de Ser da
Santificação
a)
Por Causa da Santidade de Deus - A santificação se faz necessária na vida
do crente devido a um dos atributos morais de Deus, a Sua santidade. “... Como
é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira
de viver.” 1 Pe 1.15. (1 Pe 1.16; Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1 Jo 3.3: Mt 5.48).
b)
Por Causa da Glória de Deus - Nós, o povo de Deus, temos uma grande missão
neste mundo, que é glorificar o nome do Senhor nosso Deus, principalmente, com
a nossa maneira de viver. “Assim brilhe
também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mt 5.16. (1 Pe 2.12; Jo 15.8; 1 Co 6.20; 10.31; Fp
1.27).
c) Por Causa da Necessidade de Sermos
Usados por Deus - Nós fomos salvos para servir a Deus neste
mundo. A Igreja é o instrumento usado por Deus para fazer as virtudes de nosso
Senhor Jesus Cristo conhecidas de todos; e Ele só pode nos usar se vivermos uma
vida de santificação. “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes
erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando
preparado para toda boa obra.” 2 Tm
2.21. (Ez 22.30; Is 52.11; Is 6.5-8; Js 3.5).
7 - A Santificação Plena
(Perfeição)
A santificação plena que nós chamamos também de perfeição, no
programa divino, é um ato futuro, e ocorrerá quando da segunda vinda de Jesus e o conseqüente arrebatamento dos
crentes com corpos glorificados. “E, quando este corpo corruptível se revestir
de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se
cumprirá a palavra que está escrita:
Tragada foi a morte pela vitória.” 1 Co 15.54. (1 Co 13.10,12; 15.47-53; Pv 4.18).
V -
A IGREJA
1 - O Significado da Palavra
A palavra Igreja é de origem grega (Ekklésia)
e significa grupo de pessoas tiradas para fora. A palavra Igreja ainda
significa assembleia, pessoas reunidas para deliberarem sobre alguma coisa.
2 - Sua Fundação
A Igreja na sua expressão visível foi
fundada oficialmente no dia de Pentecostes, quando da descida do Espírito Santo
sobre aqueles cento e vinte irmãos que estavam reunidos no Cenáculo (At
1.12-15; 2.1). Observemos que o Senhor Jesus, em Mateus 16.18, tinha dito que
sobre aquela pedra (a afirmativa dita por Pedro - “Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo”) edificaria a Sua Igreja, o que de fato aconteceu a sua iniciação naquela
festividade judaica. (At 2.1-4).
3 - Seu Alicerce
A Igreja tem como alicerce a pessoa
gloriosa do Senhor Jesus Cristo. Ele é a pedra angular, eleita e preciosa, na
qual todo o edifício é construído. “Porque ninguém pode lançar outro
fundamento, além do que está posto, o qual é Jesus Cristo.” 1 Co 3.11. “Por
isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular,
eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os
que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os
edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina.” 1 Pe
2.6,7. “... Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo... sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela.” Mt 16.16-18.
4 - Sua Natureza
A Igreja é um organismo e ao mesmo tempo uma organização.
Como organismo, a Igreja é o corpo
imortal do Cristo vivo, sendo Ele mesmo a cabeça da Igreja. Dele flui a vida
espiritual que mantém o organismo vivo. “Antes, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem
ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, efetua o seu crescimento para a edificação de si mesmo em amor”. Ef
4.15,16. Veja, ainda, Ef 1.22,23; 1 Co 12.12-27; Ef 5.23. Como organização, a Igreja é uma instituição
local, criada por Deus, para que os seus membros, devidamente organizados em
comunidade, possam juntos se edificar mutuamente, crescendo na graça e no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
Pelo fato de a Igreja ser uma
organização, o Senhor Jesus instituiu ministérios e ofícios dentro dela, para
que ela tivesse um crescimento harmonioso. “E a uns pôs Deus na Igreja,
primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois
operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de
línguas”. 1 Co 12.28. “E Ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e
outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo
de Cristo”. Ef 4.11,12. Além dos ministérios acima, foram instituídos pelo
Senhor, para auxiliar a administração da Igreja local, os ofícios de presbítero
e de diácono, cabendo ao primeiro a atividade de auxílio de governo espiritual
e ao último a de beneficência. "Por esta causa te deixei em Creta para que
pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros,
conforme te prescrevi.” Tt 1.5. “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens
de boa reputação, cheios do Espírito e
de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;” At 6.3.
5 - Sua Dimensão
A Igreja, em sua dimensão, divide-se em
Igreja Universal ou Invisível, Igreja Militante e Igreja Local.
a)
A Igreja Universal ou Invisível- É aquela que já está
formada no plano de Deus desde a eternidade. Esta Igreja é formada de todos os
salvos, os do passado, os que estão vivos e aqueles que irão ainda se salvar na
atual Dispensação. “Mas tendes chegado... a universal assembléia e igreja dos
primogênitos arrolados nos céus...” Hb 12.22,23. (Ap 7.9; Jo 17.9,20,21; Ef
1.4,5).
b)
A Igreja Militante - É aquela que se encontra espalhada pelo mundo, em
todas as Igrejas Locais e até fora delas, lutando pelo progresso do Evangelho.
“Paulo... à Igreja de Deus que está em Corinto,... com todos os que em todo
lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. 1 Co
1.1,2. (1 Pe 1.1,2; 2 Pe 1.1,2; Jd 1; Ap 1.11).
c)
A Igreja Local - É aquela Igreja organizada num determinado local,
geograficamente falando, com todas as condições de funcionarem como uma
entidade jurídica, segundo critérios estabelecidos na santa Palavra de Deus.
“Dizendo: o que vês escreve em livro e manda às sete Igrejas: Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia”. Ap 1.11 (Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.1; 1 Ts 1.1).
6 - Sua Administração
Para administrar a Igreja local, o
Senhor instituiu os ofícios de Pastor, Presbíteros e Diáconos, cabendo ao
primeiro a superintendência geral do trabalho, ao segundo a coadjuvância no
governo espiritual da Igreja e ao terceiro a administração das temporalidades
da Igreja, especialmente a beneficência.
Este é o
modelo bíblico de
administração da Igreja. “E ele mesmo deu uns para... pastores...” Ef
4.11. “Lembrai-vos dos vosso guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus; e,
considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram”. Hb 13.7. “Por
esta causa te deixei em Creta para que pusésseis em ordem as coisas restantes,
bem como em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi”. Tt
1.5. “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito e de sabedoria aos quais encarregaremos deste serviço (beneficência).
At 6.3. “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam
irrepreensíveis, de uma só palavra...” 1 Tm 3.8.
7 - Sua Finalidade
A Igreja foi fundada por Jesus Cristo
com finalidades específicas, a saber:
a) Prestar culto a Deus - “Rogo-vos, pois,
irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rm
12.1. “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de
louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” Hb 13.15.
b)
Edificar a vida espiritual dos seus membros - “Mas, seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo,
bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda a junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si
mesmo em amor.” Ef 4.15,16 (1 Co 14.5,19,26; 2 Pe 3.18). c) Anunciar o
Evangelho - “E disse-lhes Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho
a toda criatura”. Mc 16.15. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” Mt 28.19.
(Lc 24.47; At 1.8).
d)
Cuidar da Beneficência - “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos
discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas
deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então os doze convocaram
a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço.” At 6.1-3.
“Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me
esforcei por fazer.” Gl 2.10.
8 - Seu Futuro
O futuro da Igreja é glorioso. Ela hoje
aguarda pacientemente o dia em que, segundo o propósito eterno de Deus, será
revestida de glória, como noiva que é do Cordeiro de Deus. “Quando
Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então vós também sereis
manifestados com ele em
glória.” Cl 3.4. “E todos com
o rosto desvendado, contemplando,
como por espelho, a Glória do Senhor, somos transformados de glória em glória,
na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2 Co 3.18. “O qual
transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de sua
glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as
coisas.” Fp 3.21.
A Igreja Congregacional
1. Suas Origens:
As origens da Igreja Evangélica
Congregacional remontam a Idade Média (século XVI - 1501-1600), ao tempo da
reforma religiosa ocorrida na Inglaterra, em contraposição a tendência da época
de uma Igreja centralizada, hierarquizada e ditatorial. À princípio, o
Congregacionalismo foi conhecido pelo nome de Independentes”.
2. Conceito:
A Igreja Congregacional é aquela
“comunidade local, formada de crentes unidos para a adoração e obediência a
Deus, no testemunho público e privado do Evangelho, constitui-se em uma Igreja
completa e autônoma, não sujeita em termos de Igreja a qualquer outra entidade
senão à sua própria assembléia, e assim formada é representação e sinal visível
e localizado da realidade espiritual da Igreja de Cristo em toda a terra”.
3. Seu Sistema de Governo:
O sistema de governo congregacional é
aquele em que a Igreja se reúne em assembleias, para tratar de questões
surgidas no seu dia-a-dia e tomar
decisões relacionadas ao desenvolvimento de seus trabalhos.
As assembléias da Igreja Congregacional
têm a seguinte classificação:
a) Assembleia Ordinária; b) Assembleia
Extraordinária; c) Assembleia Especial.
a) Assembleia Ordinária - É
aquela que é convocada regularmente para decidir sobre assuntos corriqueiros da
Igreja.
b) Assembleia Extraordinária - É
aquela que é convocada extraordinariamente para tratamento de assuntos
urgentes, não previstos no seu dia-a-dia, e
que requer da Igreja uma solução rápida.
c) Assembleia Especial - É
aquela convocada para a eleição de oficiais, pastores e outros cargos eletivos
da Igreja, bem como organização de Congregação e de transformação de
Congregações em Igrejas.
4 - Seus Oficiais:
A Igreja Congregacional tem as
seguintes classes de Oficiais:
a) Pastor; b) Presbíteros; c) Diáconos
a) Pastor - é
o Ministro do Evangelho eleito pela Igreja para pastorear o rebanho de Deus,
tendo cuidado dele, como preceitua a Palavra de Deus. (At 20.28; 1 Pe 5.1-4).
b) Presbítero - é
aquele oficial que é eleito pela Igreja para auxiliar o Pastor no governo espiritual
da Igreja local. (Tt 1.5-9; 1 Tm 5.17).
c) Diácono - é
aquele oficial que é eleito pela Igreja para ajudar no cuidado com as temporalidades da Igreja, especialmente dos
crentes necessitados (Beneficência) (At
6.1-6; Fp 1.1).
5 - Sua Estrutura
Eclesiástica:
Para o funcionamento adequado da Igreja
Congregacional, a seguinte estrutura eclesiástica é utilizada: Na parte
superior da estrutura está a assembleia de membros, órgão máximo. Logo abaixo
vem o Pastorado que, por delegação, recebe da assembleia poderes para a parte
eclesial da Igreja. Depois do Pastor ou Pastores vem o corpo de Oficiais (órgão
de assessoria), composto de Presbíteros e Diáconos, cada um com atribuições
específicas. Depois, seguem-se os Departamentos e Congregações da Igreja e
Pontos de Pregação quando houver.
6 - Sua Estrutura
Administrativa:
Por estrutura administrativa,
entenda-se o funcionamento da parte ligada a área patrimonial da Igreja (móveis, imóveis,
pessoas sustentadas e/ou contratadas pela Igreja, etc). No topo da estrutura
aparece a assembléia, órgão máximo do regime Congregacional. Logo abaixo
segue-se o Pastorado que, por delegação, é o Presidente ex-ofício
da Estrutura
Administrativa. Logo após,
encontramos a Diretoria do
Patrimônio, seguida dos Departamentos e
Congregações da Igreja.
VI – O BATISMO CERIMONIAL
1- Seu Significado
“É uma manifestação externa de uma graça
interna.”. É o testemunho público da fé
que a pessoa tem no Senhor Jesus Cristo.
2. Seu Simbolismo
O Batismo Cerimonial com água simboliza
a ação purificadora do sangue de Jesus Cristo na vida do salvo, ou ainda, o
lavar regenerador e renovador produzido pelo Espírito Santo no pecador perdido no ato da conversão.
(Hb 9.13,14; Tt 3.5,6; 1 Pe 1.2;
Ez 36.25).
3. A Sua Obrigatoriedade
O Batismo Cerimonial é obrigatório
porque é uma ordenança deixada por Jesus à Sua Igreja. “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, BATIZANDO-OS em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo.” Mt 28.19 (At 2.38; 8.36-38; 10.47,48).
4. Formas de Batismo
Há uma grande divergência, no meio
evangélico, quanto a forma de realização do batismo. As maiores polêmicas giram
em torno da imersão e da aspersão. Nós Congregacionais, batizamos por aspersão
considerando que, na análise dos textos bíblicos sobre o assunto, bem como na
geografia da Terra Santa e no significado do batismo cerimonial, a balança
pende para o lado dessa forma de batismo, senão vejamos:
a. É sabido que em
Jerusalém, onde a Igreja começou a existir e onde foram salvas três mil pessoas
na pregação de Pedro, não existia água corrente (o rio Jordão fica distante de
Jerusalém e o Mar Mediterrâneo muito mais ainda) e sim água em poços
artesianos. (Jo 5.2; 9.7).
b. As lideranças
religiosa e política de Israel, na época do início da Igreja, não tinham
nenhuma simpatia pelo Cristianismo e jamais permitiriam que suas escassas águas
fossem usadas numa cerimônia não aceita por eles. (At 4.1-3,17,18;
5.17,18,33,40; 7.57-59; 9.1,2).
c. Caso a liderança
cristã conseguisse água para encher um
tanque, era impossível que nele fossem batizados por imersão três mil pessoas.
Provavelmente, quando chegasse no centésimo candidato ao batismo, fosse difícil
introduzi-lo no tanque, pois a água já não seria tão limpa, assim, a
operacionalização do batismo seria bastante complicada.
d. Lembremo-nos de que
o significado do batismo é purificação e não morte e ressurreição. Todos os
atos de purificação na religião judaica, instituída por Deus, e que nos seus
cerimoniais tipificavam ou simbolizavam a Cristo, eram realizados por aspersão
(Hb 9.13; Lv 8.10,11; 9.18; Nm 8.6,7; Jo 2.6; Hb 9.19-22).
e. Outra coisa a considerar na
opção pela aspersão, é que os judeus que foram submetidos ao batismo realizado
por João Batista (os imersionistas têm-no como paradigma) não se submeteriam
alegremente a ele se o rito fosse feito por imersão, prática essa desconhecida
nos rituais do culto judaico. (Considerem que até os saduceus - membros do
Sinédrio e os fariseus - fervorosos
observadores da Lei e extremamente legalistas procuraram o batismo ministrado
por João Batista). (Mt 3.4-7). Se o rito do batismo ministrado por João fosse
diferente daquele conhecido pelas autoridades e povo de Israel, certamente, os
judeus teriam João como falso profeta, o que dificultaria, sensivelmente, o
ministério do precursor de Cristo.
f. Os batismos
cerimoniais, registrados no livro de Atos, mostram que os mesmos foram
realizados por aspersão, senão vejamos: Paulo, ao ser batizado por Ananias,
ficou de pé (At 9.18; 22.16); Os gentios que estavam na casa de Cornélio, e que
após a pregação de Pedro foram batizados, certamente, o foram por aspersão,
porque Pedro mandou que os batizassem logo após terem aceitado a Jesus. (É
muito improvável que já estivesse um tanque preparado para tal ocasião). (At
10.47,48). Caso semelhante aconteceu com o carcereiro de Filipos que foi batizado em sua casa, logo após a sua conversão, junto
com os seus. (At 16.32,33). O batismo de Lídia, vendedora de púrpura da cidade
de Tiatira, deu-se, provavelmente, num rio, mas isso não quer dizer que o mesmo
fosse por imersão, visto que foi Paulo ou Silas, ou mesmo Timóteo que a
batizou. Como Paulo era quem liderava, é muito improvável que ela tivesse sido
batizada por imersão, visto que ele o fora por aspersão. O batismo do eunuco,
oficial de Candace, rainha dos etíopes, registrado em At 8.36-39, foi realizado
ao pé de alguma água. As expressões “eis aqui água”, “desceram à água” e “saíram
da água”, não são conclusivas no que se refere
a imersão porque também podem se referir a um poço artesiano, a uma
cisterna, a um córrego ou mesmo a um rio que não tenha profundidade suficiente
para imergir alguém. Os batismos realizados em Samaria, registrados em At 8.12,
não dão nenhuma idéia de que foram por imersão ou aspersão. Podemos inferir,
pelo que expomos acima, que os mesmos foram realizados por aspersão, considerando
que foram ministrados por um homem só e que eram muitas as pessoas que foram
batizadas. (Considerem aí, também, a
questão da praticidade da aspersão).
5. Em que Nome Deve Ser
Realizado?
O Batismo Cerimonial deve ser realizado
em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, isto é, em nome da Santíssima
Trindade, conforme ensinado por nosso Senhor Jesus Cristo. (Mt 28.19).
6. Por Quem Deve Ser
Administrado?
O batismo cerimonial deve ser
administrado por um Ministro Evangélico, devidamente credenciado. (Mt 28.19; At 2.38; 8.38; 16.33; 1 Co 1.14,16).
7. Quem Deve Ser Batizado?
O batismo deve ser administrado
naquelas pessoas que crêem no Senhor Jesus Cristo como único e suficiente
Salvador. “... Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe:
É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus
Cristo é o Filho de Deus... e Filipe o batizou”. At 8.36. Veja ainda, o caso do
carcereiro que foi batizado após aceitar Jesus como Salvador pessoal,
registrado em At 16.30-33. (Veja ainda At 8.12,13).
8. Quando Deve Ser
Administrado o Batismo?
O Batismo deve ser administrado nos que
crêem, após uma pública profissão de fé. “... E, respondendo ele (o eunuco),
disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus... e (Filipe) o batizou.” At
8.37,38. (Rm 10.9,10; At 22.16; 16.30-33).
9. Sua Finalidade
O batismo tem as seguintes finalidades:
a)
Obedecer
a uma ordem deixada por Jesus (Mt 28.19,20);
O Senhor Jesus deixou uma ordem para que os
cressem fossem batizados. Os crentes genuínos tem prazer em obedecer ao que
Jesus ordenou.
b)
Testemunhar
publicamente da nova vida do salvo (At 8.36-39);
Quando da ocasião do batismo, o batizando
está testemunhando publicamente da sua fé em Jesus Cristo.
c) Unir o crente a Igreja local e visível
(At
2.41).
O Batismo Cerimonial une o crente a
Igreja visível e local, habilitando-o a participar da Ceia Memorial, bem como,
atribuindo-lhe os direitos e as responsabilidades inerentes a esta união. (Mt
28.19,20; At 2.41).
10. Suas Limitações
O Batismo Cerimonial não salva nem
complementa nada na salvação de alguém, isto quer dizer que ele não tem poder
salvífico. A salvação é uma dádiva de Deus recebida unicamente pela fé em Jesus
Cristo. (Ef 2.8; Rm 1.16,17;
At 16.31). O Batismo também não fará o crente mais santificado, nem
mais forte, nem mais abençoado. (Lc 23.42,43). Então, perguntaria alguém, por
que batizar se o batismo não tem virtude
salvadora nem santificadora? A resposta a esta pergunta é simples: Batizamos as
pessoas porque Jesus mandou que os que cressem nEle fossem batizados.
VII
- A CEIA DO SENHOR
1. O Seu Significado
É um símbolo memorial da morte redentora
de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Co 11.23-25; Lc 22.19,20).
2. A Sua Obrigatoriedade
Assim como o Batismo é uma ordenança do
Senhor Jesus para a Igreja, assim também o é a Ceia do Senhor. “... Fazei
isto... em memória de mim”. (1 Co 11.23-25; Lc 22.19,20).
3. Os Seus Elementos
Na Ceia do Senhor devem ser usados
apenas dois elementos: o pão e o vinho. Cada um tem o seu significado
específico. O pão simboliza o corpo de Jesus que foi ferido, chagado na cruz em
nosso lugar. O vinho representa o sangue de Jesus que foi vertido em nosso
favor para nossa eterna redenção e contínua purificação de nossos pecados. (Mt
26.26-28; Mc 14.22-24; Lc 22.19,20; 1 Co 11.23,24; 1 Jo 1.7).
4. Os Seus Participantes
Só devem participar da Ceia do Senhor
aquelas pessoas crentes, batizadas e filiadas a uma Igreja local e que estejam
em comunhão com Deus e com a Igreja a
que pertencem. (Mt 26.26,27; Mc 14.22,23; Lc 22.19,20; 1 Co 11.28).
5. A Sua Mensagem
Quando a Ceia do Senhor é celebrada,
são anunciadas duas grandes mensagens: Uma, redentora, a morte de Jesus e a outra
escatológica, a sua segunda vinda (1 Co 11.26).
6. Os Seus Resultados
Os crentes são abençoados quando
participam da Ceia do Senhor dignamente. Aqueles que participam da Ceia sem
discernir o seu significado ou tem cometido algum pecado que não foi ainda
confessado não recebem a benção do Senhor. “De modo que qualquer que comer do
pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do
sangue do Senhor”. 1 Co 11.27. “Pois quem come
e bebe sem discernir
o corpo, come e bebe juízo para si.
Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos
que dormem”. 1 Co 11.29,30. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na
comunhão, no partir do pão e nas orações”. At 2.42,46.
VIII
- O CULTO CRISTÃO
1. Conceito
O culto cristão é uma reunião, de
caráter espiritual, onde os membros e congregados da Igreja se juntam para
adorar o Deus Todo-Poderoso, fazer oração ao Senhor e ouvir a pregação de Sua
santa Palavra.
2. Os Tipos de Culto
São os seguintes os tipos de cultos
realizados por uma Igreja Congregacional: Culto
de oração, Culto Doutrinário e Culto Público de Pregação do Evangelho.
a) No Culto de Oração – nesse culto a Igreja se reúne para fazer as
suas preces ao Deus Todo-Poderoso.
b) No Culto Doutrinário – nesse
culto a Igreja se reúne especificamente para estudar as Sagradas Escrituras.
c) No Culto Público – nesse culto a Igreja se reúne para adorar a Deus
e proclamar a mensagem salvadora do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, no
templo ou fora dele.
3. As Partes Componentes do
Culto
O culto, geralmente, tem as seguintes
partes componentes: uma oração introdutória, um período de louvor, composto de
cântico de hinos pela congregação ou pelos conjuntos da Igreja, um período para
a leitura e exposição da Palavra de Deus, um período para as pastorais
(avisos), oração e bênção final.
4. A Necessidade do Culto
O culto foi instituído para atender uma
necessidade humana de adorar ao Criador na beleza de Sua Santidade. “Tributai
ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza de sua
santidade.” Sl 29.2. “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do
Senhor, que nos criou.” Sl 95.6. “Deus é espírito; e importa que os seus
adoradores o adorem em espírito e em
verdade”. Jo 4.24.
5. O Dever da Realização do
Culto
Sendo Deus o que é, santo, sublime e
excelso e outros qualificativos igualmente gloriosos, impõe-se ao ser humano o
dever de prestar ao Todo-Poderoso o culto que lhe é devido. “... Ao Senhor, teu
Deus, adorarás, e só a Ele darás culto.” Mt 4.10. “Tributai ao Senhor, filhos
de Deus, tributai ao Senhor glória e força. Tributai ao Senhor a glória devida
ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sl 29.1,2.
6. As Bênçãos do Culto
O culto sendo oferecido a Deus com
sinceridade de coração traz bênçãos incontáveis para a vida do cristão, como
por exemplo: despertamento, renovação, satisfação, exortação, edificação,
consolação, etc. (At 2.42-47; 1 Co 14.26-31: Sl 16.11).
IX -
A ORAÇÃO
1. A Importância da Oração
A oração é de uma importância fundamental
na vida do povo de Deus. Ela é importante porque:
a) Jesus a enfatizou - O
Senhor Jesus não só enfatizou a oração ensinando, mas sobretudo enfatizou-a
praticando. Jesus como homem tinha uma vida de intensa oração: “O qual, nos
dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas
ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.” Hb 5.7. Veja
ainda Mt 14.23; 26.36; Mt 6.5-13; 7.7-11; 26.41.
b) Os Apóstolos a enfatizaram -
Os apóstolos do Senhor Jesus enfatizaram muito o uso da oração, tanto
praticando quanto ensinando, principalmente, o apóstolo Paulo: “Orai sem
cessar.” 1 Ts 5.17. Veja ainda Ef 6.18; Cl 4.2; Rm 1.12.
c) A Igreja Primitiva a enfatizou - A Igreja Primitiva vivia
literalmente de joelhos. No livro de Atos encontramos poderosas reuniões de
oração que muito levou Deus a abençoar aqueles irmãos. “E, tendo eles orado,
moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito
Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus.” At 4.31. Veja ainda: At 1.14;
2.1; 4.24; 12.5; 16.13; 20.36.
2) A Necessidade da Oração
O uso constante e perseverante da
oração faz-se necessário pelas seguintes razões:
a) Por causa da tentação. O
crente deve orar porque existe um ser espiritual de terrível malignidade, que
procura por todos os meios desestabilizar a vida da pessoa, através da
tentação. (Mt 4.3; 1 Ts 3.5; Mt 6.13; 26.41).
b) Por causa do inimigo do povo de
Deus - A Bíblia diz que os crentes têm um terrível adversário
na pessoa de Satanás, e que só em constante oração é que podemos vencê-lo, pelo
poder de nosso Senhor Jesus Cristo. (Mt 17.21; 1 Pe 5.8; Tg 4.7; Ef 6.10-18).
c) Para mantermos a comunhão com Deus.
Nós, os salvos, fomos chamados para termos comunhão com Deus e com o Seu Filho
Jesus Cristo, isto pelo Espírito Santo. A oração, com certeza, vai nos ajudar
nesse propósito. (At 2.42; 2 Co 13.13; 1
Jo 1.3).29
d) Para possibilitar a operação de Deus
no meio da Igreja. Todas as poderosas manifestações do poder de
Deus, no seio da Igreja, tiveram como mola propulsora a oração. Foi assim nos
dias que antecederam ao Pentecostes e em
outras ocasiões após esse evento. (At 1.14; 4.31; 8.14-17; 12.5-17).
3) As Dificuldades na Oração
a) Falta de perseverança. A
falta de perseverança causa dificuldade no atendimento as nossas orações. Deus
pode responder de imediato as nossas orações, mas, às vezes, Ele demora em
fazê-lo, havendo, nesses casos, necessidade de que se persevere em oração. (Lc 18.1;
Cl 4.2; Rm 12.12; At 2.42; Sl 40.1).
b) Falta de fé. A
falta de fé é o maior impedimento as nossas orações, pois um coração
incrédulo não será atendido por Deus.
(Tg 1.6; Hb 11.6; Mt 17.19,20).
c) Pecado encoberto.
Outra coisa que causa impedimento as
nossas orações é pecado cometido e não confessado ao Senhor. (Is 59.1,2; 2 Cr
7.14; Pv 28.13; 1 Jo 1.9).
4) O Poder da Oração
a) Na vida espiritual. A
oração produz crescimento na vida espiritual da pessoa. (Gn 32.24-30; Ef 6.18;
2 Pe 3.18).
b) Na vida física. As
enfermidades poderão ser curadas pelo poder da oração (2 Rs 20.1-7; Mc 1.30,31;
Tg 5.16).
c) Na vida material. A
oração afeta positivamente a vida material da pessoa, considerando que tudo em
nossa vida deve ser apresentado a Deus em oração. (1 Rs 3.3-13; 2 Cr 26.5; Fp 4.6).
5) A Resposta da Oração
a) Positiva -
Deus pode responder as nossas orações com um sim. (At 4.23-31; Mc 10.46-52; Jn 2.1,10).
b) Negativa
- Às vezes, o Senhor também responde as
orações com um não. (2 Co 12.8,9; Dt 3.23-27; Gn 18.22-33).
c) Aguarde -
Nem todas as orações são respondidas de imediato. Às vezes demanda tempo para
se ter uma resposta do Senhor, por isso Ele manda que perseveremos em oração,
vigiando nela com ações de graça. (Sl 40.1; 1 Tm 5.5: Cl 4.2; Rm 12.12; Lc 18.1).
6) Como Fazer Oração
a) De joelhos - O
crente pode orar de joelhos, pois, na Bíblia encontramos muitos exemplos de
pessoas que se ajoelharam para orar. (1 Rs 8.54; Lc 22.41; Dn 6.10,11; Gn 24.11-14;
At 20.36; Ef 3.14).
b) Sentados - O
crente também pode orar assentado. O Espírito Santo foi derramado sobre a
Igreja quando os irmãos estavam assentados, tudo indica orando (At 2.1,2). (Ex
17.12).
c) Em pé -
Orar em pé também é uma maneira de orar ao Senhor, pois, na realidade, o que
importa é que a oração parta de um coração sincero e contrito diante de Deus.
(Ex 17.8-11; 2 Rs. 20.1-3).
d) Deitado -
Se a situação o exigir, principalmente por causa de enfermidade, o crente pode
orar ao Senhor deitado. “Já estou cansado do meu gemido; toda a noite faço
nadar a minha cama, molho o meu leito com as minhas lágrimas” Sl 6.6.
7) Onde Fazer Oração
a) Na Igreja - A
oração pode e deve ser feita no templo, junto com os outros irmãos (At 1.13,14;
12.5; 4.23-31). (As Igrejas, geralmente, têm na sua programação cultos de
oração).
b) Em casa -
Em casa também podemos e devemos orar ao Senhor, sós ou juntos como família.
(Mt 6.6; Dn 6.10,11; 9.1-4).
c) Em qualquer lugar - O
crente deve e pode orar ao Senhor em qualquer lugar. (1 Tm 2.8; Gn 24.11-14,63).
8) A Credencial da Oração
A grande e única credencial da oração
aos olhos do Deus Todo-Poderoso é o precioso nome de Jesus. Toda a oração deve
ser feita em nome de Jesus, se não for assim, não será aceita diante de Deus -
(Jo 14.13,14; 16.23,24; 1 Tm 2.5; Ef 2.18; Hb 10.19-22).
X - A CONTRIBUIÇÃO
Deus, na Sua sabedoria infinita,
instituiu um sistema de contribuição para que o Seu trabalho se desenvolvesse
adequadamente sem precisar de recursos oriundos de outras fontes, a não ser dos
seus filhos. O sistema divino de contribuição é composto de Dízimo, Ofertas
Alçadas e Ofertas Voluntárias.
1. O Dízimo
É a décima parte daquilo que o cristão
ganha e que deve ser entregue a Deus através da Igreja (Casa de Deus), para que
haja mantimento nela. (Ml 3.10).
a)
O Dízimo antes da Lei - Antes de Deus entregar a Lei a Moisés para que
Israel fosse guiado por ela, já se encontrava, no meio dos patriarcas, o
salutar costume de dizimar, isto é, de entregar aos representantes de Deus,
aqui na terra, a décima parte do que tinham ou recebiam com algum trabalho
executado. Foi assim com Abraão, que deu o dízimo a Melquisedeque, sacerdote do
Deus Altíssimo (Gn 14.18-20). Encontramos também o patriarca Jacó dizimando (Gn
28.22). Esse abençoado costume dos patriarcas foi, mais tarde, testificado pelo
escritor da carta aos Hebreus (7.6,9).
b)
O Dízimo Durante a Lei - A Lei
Mosaica estabeleceu, como obrigatório, o dízimo para todos os israelitas. O
Dízimo durante a Lei era entregue aos levitas e estes por sua vez entregavam o
dízimo dos dízimos para sustento daqueles que oficiavam no Tabernáculo (os
sacerdotes). Os dízimos serviam também para a manutenção do Templo, da casa de
Deus. (Lv 27.30; Nm 18.21,24-26; Dt 14.22-29; 26.12-15; Ne 10.37,38; Ml 3.8-11).
c)
O Dízimo Depois da Lei -
(Dispensação da Graça) - A Lei e os profetas duraram até João. Daí em diante,
começou com Cristo outra Dispensação, a
da Graça, onde o cristão não é mais obrigado a guardar a Lei Mosaica, chamado
de Velho Concerto. Com relação ao dízimo, como parâmetro de contribuição para
os cristãos, encontramos uma palavra do Senhor Jesus registrada em Mt 23.23 que
trata do assunto: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas porque dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais
importante na Lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas,
porém, devíeis fazer estas coisas sem
omitir aquelas”. Com estas palavras, o Senhor Jesus credenciou a
continuidade da contribuição do dízimo na atual Dispensação, como princípio
divino de contribuição para o sustento de seu trabalho. Veja ainda: Lc 11.42;
Mt 22.21. O apóstolo Paulo escrevendo aos cristãos em Corinto, em sua segunda
carta capítulo 3, fala sobre um tipo de contribuição que não fosse pesada a
nenhum dos membros da Igreja; fala, também, de igualdade na contribuição. Qual
é a contribuição da qual todos participam de acordo com as suas posses, com
igualdade e que não é pesada a todos, senão o dízimo.
2. Ofertas Alçadas
São aquelas ofertas levantadas para
ocasiões especiais, atendendo a uma necessidade específica da Igreja. Todos os
crentes, no caso, são convocados a contribuírem para um alvo definido. “Então
disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta
alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a
minha oferta alçada.” Ex 25.1,2. Veja
ainda os textos: Ex 35.4-9; Lv 6.12,13; Ne 13.31; 2 Co 9.1-5.
3. As Ofertas Voluntárias
São aquelas contribuições voluntárias
diferente do dízimo e das ofertas alçadas, que são entregues à Igreja sem o
objetivo específico de atender a alguma necessidade ou a algum apelo. “Alguns
dos chefes das casas paternas, unidos à Casa do Senhor em Jerusalém, deram
ofertas voluntárias para a Casa de Deus, para edificarem no seu lugar.” Ed 2.68,69.
Em Mateus 2.11, encontramos que os três magos que vieram do Oriente, ofertaram
voluntariamente a Jesus, quando criança, ouro, incenso e mirra. Veja ainda: 2
Co 9.6-10; Lc 6.38; At 4.34-37.
CONCLUSÃO
Neste trabalho, procuramos trazer
informações sucintas sobre algumas doutrinas básicas do Cristianismo, a fim de
facilitar o trabalho dos irmãos que preparam
candidatos ao batismo e, ao mesmo tempo, instruir os batizandos para
que compreendam a seriedade do passo que
será dado, no que se refere à obediência da ordenança do batismo deixada por
Jesus.
Vale ressaltar que através deste
trabalho, procuramos atender uma lacuna que existe no meio Congregacional, no
que se refere a um material para uniformizar o preparo dos candidatos ao
batismo.
Também neste trabalho, fornecemos uma
bibliografia, onde o instrutor da classe de catecúmenos, ou mesmo os alunos,
poderão encontrar um material mais substancial para um aprendizado mais
profundo das Sagradas Escrituras.
Esperamos que as Igrejas façam bom uso
deste material, considerando que o mesmo foi preparado visando abençoar a
Igreja do Senhor bem como a glorificação do nome de Jesus Cristo, Mestre,
Salvador e Senhor de nossas vidas.
BIBLIOGRAFIA
-
BANCROFT, Emery H. Teologia Elementar.
Trad. João Marques Bentes,
Imprensa Batista Regular. São Paulo,
1966
-
BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina
Cristã. Campinas. Luz para o Caminho
Publicações, 1985.
-
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Trad.
Odayr Olivetti. Campinas. Luz
para o Caminho Publicações, 1990.
-
CLARK, David S. Compêndio de Teologia
Sistemática. Trad. Samuel Falcão.
Casa Editora Presbiteriana.
-
DAGG, John L. Manual de Teologia. Editora
Fiel, 1989.
- ERICKSON, Millard J. Introdução à
Teologia Sistemática. Trad. Lucy Yamakami. Edições Vida Nova. São Paulo, 1997.
-
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999.
- SHEDD, Russel P. Bíblia Vida Nova. Edições Vida Nova/Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo, 1976.
III IGREJA EVANGÉLICA CONGREGACIONAL DE
JOÃO PESSOA
PREPARAÇÃO DE CANDIDATOS AO BATISMO
(ROTEIRO DE PERGUNTAS BÁSICAS)
1) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE REALMENTE TEM DESEJO POR SI MESMO DE
SER BATIZADO.
“E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?” At 8.36
2) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE TEM
CONSCIÊNCIA DE QUE É UM PECADOR AOS OLHOS DE DEUS. “E quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo”Jo 16.8
3) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE DE FATO CRÊ
QUE JESUS É O FILHO DE DEUS. “Estes,
porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome” Jo 20.31
4) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE CRÊ QUE O
FILHO DE DEUS, JESUS, VEIO EM CARNE (ENCARNOU). “Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito
que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo”1 Jo
4.2,3
5) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE CRÊ QUE
JESUS MORREU NA CRUZ DO CALVÁRIO E RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS PARA SALVÁ-LO
DA PERDIÇÃO ETERNA. “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo 3.16. “o qual foi
entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa
justificação” Rm 4.25
6) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE JÁ ACEITOU A
JESUS COMO O SEU ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR.
“Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder
de se tornarem filhos de Deus” Jo 1.12.“De sorte que foram batizados os que
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”At
2.41
7) PERGUNTAR AO CANDIDATO SE ELE CONFESSA A
JESUS COMO SENHOR E QUE REALMENTE QUER VIVER PARA GLÓRIA DELE NESTE MUNDO E NA
ETERNIDADE. “Porque, se com a tua boca confessares a
Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, será salvo” Rm 10.9. “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
lucro” Fp 1.21
(Contribuição do
Pastor Eudes Lopes Cavalcanti)
III IGREJA EVANGÉLICA CONGREGACIONAL DE
JOÃO PESSOA
Declaração de Fé do Candidato ao Batismo
Eu --------- candidato ao batismo, declaro
---------------------- diante de Deus com toda a sinceridade do meu coração e
inteira certeza de fé, que confirmo o que abaixo está escrito, com base
fundamentada nas Sagradas Escrituras:
1) Que a Bíblia Sagrada é a santa Palavra
de Deus, inspirada verbal e plenariamente e única regra de fé e prática do
crente em nosso Senhor Jesus Cristo;
2) Que Deus é o único Deus verdadeiro, que
subsiste em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito, possuidoras
dos mesmos atributos e tendo a mesma essência;
3) Que Deus enviou o seu único Filho,
Jesus Cristo, a este mundo o qual esvaziou-se a si mesmo, e tomou a forma
humana, oferecendo-se a Si mesmo em sacrifício pelos nossos pecados;
4) Que o Senhor Jesus Cristo é o Único
Salvador do ser humano e Senhor de todo aquele que nEle crê;
5) Que já aceitei de todo o meu coração ao
Senhor Jesus como Salvador Pessoal e creio firmemente que Ele morreu pelos meus
pecados e ressuscitou para a minha justificação;
6) Que como conseqüência dessa aceitação e
dessa fé, nasci de novo e sou possuidor da vida eterna, concedida por Jesus e
que tenho certeza disso baseado na declaração das Sagradas Escrituras e pelo
testemunho interno do Espírito Santo;
7) Que quero ser batizado porque desejo
voluntariamente obedecer a ordem deixada pelo Senhor Jesus que todo o crente
seja batizado, crendo que o batismo não salva nem tampouco ajuda na salvação de
alguém, mas creio que todo aquele que é salvo deve ser batizado com água em
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo;
8) Que quero de todo o coração ser
batizado para ser membro da Igreja e servir ao Senhor através dela com alegria
e singeleza de coração;
9) Que aceito a forma de batismo por
aspersão, com água, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, como a
forma mais correta de batismo cerimonial, conforme evidências bíblicas;
10) Que reconheço a necessidade de viver
uma vida separada para Deus, dando bom testemunho como crente diante dos
homens. Buscarei essa bênção através da leitura da Bíblia, da assistência aos
cultos e da oração;
11) Que de acordo com as minhas posses
contribuirei com o dízimo e ofertas, conforme mandamento bíblico para o
sustento do trabalho do Senhor;
12) Que me sujeitarei a disciplina da
Igreja, bem como obedecerei as suas autoridades constituídas, enquanto estas
estiverem de acordo com as Sagradas Escrituras.
João Pessoa,
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_______________________________________
Assinatura do
Candidato ao Batismo
(Contribuição do Pastor Eudes Lopes Cavalcanti)
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