Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e
da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo;
nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado,
morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os
vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na
comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida
eterna. Amém.
O método de executar
pessoas com a crucificação começou na Pérsia e foi trazido por Alexandre Magno
para o Ocidente e utilizado frequentemente pelos romanos. Na crucificação
combinavam-se dois elementos - vergonha e tortura, e por isso era considerado
um ato ignominioso.
O castigo imposto pela crucificação começava com a flagelação do
condenado, depois de ser sido despojado de suas vestes. Na flagelação a vítima
era amarrada num tronco e chicoteada com um azorrague que tinha pregos e
pedaços de ossos nas pontas. Às vezes no ato da flagelação o condenado morria
devido não resistir aos ferimentos. Ainda no ato de flagelação o réu era
obrigado a levar a haste menor da cruz até o local de sua execução onde já se encontrava
a haste maior fixada no chão.
No
ato em si da crucificação, a vitima era pendurada de braços abertos em uma cruz
de madeira, tendo as mãos e os pés amarrados ou fixados por pregos. A morte ocorria por
asfixia devido ao peso sobre as pernas sobrecarregar a musculatura abdominal dificultando,
barbaramente, o processo de respiração. Era uma morte lenta e terrível. Às
vezes para abreviar a morte da pessoa quebravam-lhe as pernas (Jo 19.31-34).
Segundo a lei mosaica, a pessoa que sofresse a morte por crucificação
(pendurada num madeiro) seria considerada maldita. “Quando também em alguém houver
pecado, digno do juízo de morte, e haja de morrer, e o pendurares
num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o
enterrarás no mesmo dia, porquanto o
pendurado é maldito de Deus...” Dt 21.22,23. O apóstolo Paulo
falando da morte de Cristo cita esse texto em Gálatas 3.13, quando disse que
Cristo se fez maldição por nós, morrendo na cruz.
O
Senhor no final de seu ministério revelara aos seus discípulos que seria
condenado e morto por crucificação. “Eis
que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos
sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão a morte. E o entregarão aos gentios
para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia
ressuscitará” Mt 20.18,19.
A lei mosaica determinava que os blasfemadores
fossem mortos (Jo 19.7) por apedrejamento (Lv 24.10-16,23). Jesus foi condenado
pelo tribunal judaico, segundo os seus acusadores, pelo pecado de blasfêmia,
mas como os judeus estavam sob o controle do império romano, não tinham autorização para executar ninguém
(Jo 18.31), foi por isso que os sacerdotes o levaram ao tribunal romano para que fosse condenado por ele e aplicado
a pena de morte por crucificação, como
estava previsto no programa divino (Jo 18.32).
Os
evangelhos revelam que depois de flagelado pelos soldados romanos, Jesus foi
obrigado a levar a cruz (haste menor) até o lugar onde seria supliciado, sendo
ajudado por Simão Cirineu que carregou a cruz por ele, visto que não aguentava
mais de tão ferido que estava (Mt 27.26-32; Mc 15.15-22; Lc 23.25,26; Jo 19.1,16,17).
Num
monte próximo a Jerusalém chamado Calvário, Jesus foi pregado na cruz às nove
horas da manhã e morreu às três horas da tarde do mesmo dia. Ao seu lado foram
crucificados dois malfeitores, um a sua direita e o outro a sua esquerda (Mt
27.33-50; Mc 15.22-37; Lc 23.33-46; Jo 19.17-30).
Na
cruz, Jesus proferiu as suas últimas palavras: 1) perdoou os seus algozes; 2) garantiu
o paraíso a um dos condenados arrependido; 3) entregou Maria sua mãe aos
cuidados de João e João aos cuidados dela; 4) clamou: “Eli, Eli, lemá sabactâni”;
5) disse que estava com sede; 6) disse ainda “está consumado”; 7) e disse “Pai
nas tuas mãos entrego o meu espirito”.
Quanto à
cruz, o instrumento usado para a morte de Cristo, ela não deve ser venerada. A
verdadeira veneração deve ser dada ao crucificado, Aquele que morreu pelos
nossos pecados.
Pr.
Eudes Lopes Cavalcanti
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