Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e
da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo;
nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado,
morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os
vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na
comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida
eterna. Amém.
Dando continuidade ao estudo
do Credo Apostólico iremos neste boletim falar sobre o fato histórico da morte
de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário e sua implicação teológica na
vida dos seres humanos.
Vimos no artigo anterior que Jesus foi condenado à morte pelo tribunal
judaico por ter blasfemado, segundo os seus acusadores, contra Deus. Como os
judeus não podiam aplicar a pena de morte, que no caso seria por apedrejamento,
por estar sob a jurisdição do império romano, o caso foi levado a Pilatos, procurador
romano, para ser consumado. Mesmo o
tribunal romano não tendo razões para condenar Jesus à morte, segundo o próprio
juiz que julgou o caso, Pilatos, por conveniência politica e pressão das
autoridades judaicas Jesus foi entregue à morte de crucificação que era a pena
aplicada pelos romanos. Isto aconteceu para que se cumprissem as palavras de
Jesus quando profetizou que seria esse o tipo de morte que iria sofrer (Mt
20.18,19; Jo 18.31,32).
Na hora terceira (nove horas da manhã) Jesus foi pregado na cruz e nela
passou seis horas, vindo a falecer na hora nona (três horas da tarde) do mesmo
dia, sexta-feira, o dia anterior ao sábado.
Segundo o relato do evangelista João os líderes judeus pediram a Pilatos
que quebrassem as pernas dos três condenados para que os seus corpos não
ficassem pregados na cruz no dia de sábado, no outro dia da crucificação (Dt 21.22,23). Autorizados por
Pilatos os soldados quebraram as pernas dos dois malfeitores que ladeavam Jesus,
mas a Ele não fizeram isso porque já tinha morrido, e também para se cumprir a
palavra profética que dizia que nenhum de seus ossos seria quebrado (Ex 12.46;
Jo 19.36). Um dos soldados para se certificar de que de fato Jesus tinha
morrido o feriu com a lança num de seus lados, saindo do ferimento sangue e água,
conforme relato de João (Jo 19.34,37).
Alguém poderia objetar por que Jesus morreu tão cedo, comparado com os
outros dois que foi preciso que lhes quebrassem as pernas para que isso
acontecesse. A questão é que nenhum dos malfeitores que foi crucificado com Ele
sofreu o que Ele sofrera. Os flagelos que Jesus sofreu, antes da sua crucificação,
por si mesmo poderiam acarretar a sua morte. Ele foi terrivelmente chicoteado,
sofreu uma pressão psicológica inimaginável, levou pancadas na cabeça, cravaram
uma coroa de espinhos em sua cabeça, etc (Mt 20.19; 27.26; Jo 19.1; Mt 27.30; Mc 15.19).
Todos os relatos feitos pelos quatro evangelistas afirmam
categoricamente que Jesus morreu (Mt 27.50; Mc 15.37; Lc 23.46; Jo 19.30).
Transcrevemos a seguir um desses relatos: “E,
clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.
E, havendo dito isto, expirou” Lc 24.46.
Quanto às implicações teológicas da morte de Jesus, ela foi: 1) uma
morte sacrificial, um sacrifício pelos pecados dos homens (Hb 10.12); uma morte
propiciatória, tornando Deus favorável ao homem (1 Jo 4.10); uma expiação pelo
pecado, removendo a culpa (Hb 2.17 ); uma morte redentora, pagou o preço da
redenção do seu povo (Ef 1.7); uma morte vicária, em favor de outros (1 Pe 3.18
); uma morte substitutiva, em lugar de outrem (1 Pe 2.24); foi ainda um grande
brado de vitória sobre os poderes das trevas (Cl 2.14,15). Nada na história da
redenção se compara com a morte de Cristo na cruz, essa foi a maior de todas as
suas obras realizadas em seu ministério terreno, pois ela foi o único ato que
reconciliou o homem pecador com Deus.
Aqueles que dizem que Jesus não morreu na cruz, que desmaiou, que teve uma sincope, e que
depois de ser tirado da cruz desapareceu da história, e por não acreditarem também
em sua posterior ressurreição, labutam em terrível erro que vai lhes custar a perdição eterna.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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