sexta-feira, 7 de março de 2014

Não farás para ti imagem de escultura

1º - Não terás outros deuses diante de mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; 4º -   Lembra-te  do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
    As Sagradas Escrituras nos revelam que Deus ao criar o homem imprimiu em sua alma um sentimento de dependência dele, isto quer dizer que o ser humano só encontra plena satisfação em Deus, que o criou a Sua imagem e semelhança. Agostinho de Hipona, um dos pais da Igreja, expressou esse sentimento, que é comum aos homens: “Quão tarde te amei ó antiga e sempre nova formosura, quão tarde te amei! Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração até que em Ti descanse”.
   Por causa do pecado, que afastou o homem de Deus e o mergulhou em trevas espirituais, esse homem com sede de Deus, mas sem ter uma revelação especial que falasse de Deus mostrando como de fato Ele o é (isto seria feito de forma progressiva através das Escrituras), apesar da revelação através das obras da criação revelar Deus até certo ponto, levou-o a confundir Deus com as coisas criadas (sol, lua, estrela, animais, homens, aves, peixes, etc), e para que esse aspecto religioso se expressasse de forma concreta, o homem começou a fazer representação física (imagens de esculturas) dessas coisas, venerando-as, adorando-as e servindo-as. As culturas mais antigas mostram essa tendência natural do homem de adorar a criatura no lugar do Criador (Veja Romanos 1.18-32).
   Um ídolo ou uma imagem de escultura é, segundo o dicionário de Aurélio, uma “Estátua, ou simples objeto cultuado como deus ou deusa; Objeto que se julga habitar um espirito, e por isso venerado; Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo”.

   O segundo mandamento proíbe terminantemente que o homem faça para si imagem de escultura de qualquer coisa existente nos céus, inclusive aquelas que possam representar as pessoas da Santíssima Trindade e os anjos,  na terra, e nas águas, e que se encurve diante delas e as sirva. “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso...” Ex 20.4,5.
    No Salmo 115 encontramos um arrazoamento e um libelo contra quem faz e contra quem se dobra diante de uma imagem de escultura: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz tem, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam” Sl 115.4-8. Esse libelo é repetido pelo salmista no Salmo 135.15-18.
   Quem faz uma estátua com fins religiosos está sob juízo divino, bem como aqueles que se dobram diante dela, e confia nela e a serve, isto é o que é dito nos dois Salmos citados. “Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem, e os que neles confiam” Sl 115.8 (Sl 135.18).
   No contexto histórico do Decálogo, o mandamento foi dado para limpar os israelitas que saíram do Egito, impregnados por uma cultura politeísta, e que iria possuir a terra da promessa onde habitavam sete nações idólatras, sendo, no caso, o povo de Deus usado como instrumento para punir aqueles povos.
  Apesar da força desse mandamento, o povo de Deus do passado falhou terrivelmente nessa área, ocasionando os cativeiros impostos tanto pelos assírios como pelos babilônicos. O povo de Israel só foi curado da idolatria depois de duras penas impostas pelos cativeiros.
    No Novo Testamento encontramos o apóstolo Paulo dizendo que quem adora a ídolos, adora a demônios. “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” 1 Co 10.19,20.
   Quanto ao ritual religioso da Igreja Católica Romana no qual o Deus dos cristãos, os anjos e os santos do passado são representados por estátuas, o mesmo se enquadra na proibição do segundo mandamento e, portanto, está sob juízo divino.  
 Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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