sexta-feira, 25 de abril de 2014

Não dirás falso testemunho

1º - Não terás outros deuses diante de mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; 4º -   Lembra-te  do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
    O nono mandamento é uma ordem expressa de Deus para que o ser humano, especialmente aqueles que pertencem ao seu povo, não mintam em juízo, visando prejudicar a quem quer que seja.
    A palavra testemunho, segundo o dicionário de Aurélio, significa “depoimento duma testemunha em juízo; prova”. Olhando o significado dessa palavra bem como o da palavra testemunhar, concluímos que somos ordenados por Deus a falar a verdade; só testemunhar se tivermos certeza absoluta do que o que afirmamos é verdadeiro. A palavra falso, ainda segundo Aurélio, significa dentre outras coisas algo “contrário a realidade. Em que há mentira, ou dolo. Desleal, traiçoeiro. Infundado; inexato....”. Então, falso testemunho significa afirmar em juízo ou em qualquer outra circunstância aquilo que não é verdadeiro, visando prejudicar alguém.
   Desse abominável pecado é dito por Salomão que é algo que aborrece ao Senhor, que traz constrangimento a Deus. “Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” Pv 6.16-19.

   A lei divina era rigorosíssima na punição ao autor do falso testemunho. “Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão, então, aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. E os juízes bem inquirirão; e eis que, sendo a testemunha falsa testemunha, que testificou falsidade contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, tirarás o mal do meio de ti, para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti...”  Dt 19.16-21.
   No Antigo Testamento encontramos um episódio em que, por inveja e cobiça, duas pessoas são contratadas por uma mulher ímpia, a rainha Jezabel esposa do rei Acabe, para testificar contra um servo de Deus chamado Nabote por ele se recusar a vender uma vinha contígua a casa de Acabe na cidade de Jizreel, dizendo que ele tinha blasfemado contra Deus e contra o rei (Veja 1 Rs 21.1-16). Os juízes que julgaram o caso de Nabote foram coagidos por Jezabel e condenaram Nabote a morte por apedrejamento. “E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei; e trazei-o fora e apedrejai-o para que morra” 1 Rs 21.9,10.  
   No Novo Testamento encontramos um caso que, por motivos religiosos, um servo de Deus foi acusado por duas falsas testemunhas, contratadas pelos lideres da Sinagoga dos Libertos que na época existia em Jerusalém, e o tribunal (o Sinédrio) condenou a morte por apedrejamento a Estevão um dos diáconos da igreja primitiva, que tinha um poderoso ministério de pregação da Palavra de Deus e que proferira um duríssimo discurso contra aqueles que se opunham a mensagem do Evangelho. “Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu” At 6.13,14. (Veja todo o assunto em At 6.8-15; 7.1-60).
   Nos livros de história da Igreja lemos que milhares e milhares de servos de Deus, em diversas épocas, foram acusados falsamente e condenados à morte por diversos meios (decapitação, fogueira, atirados as feras, etc). Esses mártires preciosos sucumbiram diante  de falsos testemunhos de homens e mulheres impiedosos. Certamente que o juízo divino, na eternidade, será sem piedade sobre aqueles que levaram a morte, por falsos testemunhos, aos servos de Deus, pois o Senhor dará a cada um segundo as suas obras (Ap 11.17,18). 
                         Pr. Eudes Lopes Cavalcanti 

Nenhum comentário:

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...