segunda-feira, 21 de abril de 2014

Não Furtarás

1º - Não terás outros deuses diante de mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; 4º -   Lembra-te  do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
    O oitavo mandamento é uma ordem expressa de Deus para que o ser humano, especialmente aqueles que são do seu povo, não se aproprie de nada que pertença a outrem, a não ser com a autorização do proprietário.
    Sabemos pelas Escrituras que tudo o que existe pertence a Deus que tudo criou. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” Sl 24.1.  Deus graciosamente deu bens aos seres humanos. De acordo com a sua soberana vontade a uns Ele deu muito e a outros, pouco, mas tudo vem de Deus, assim diz a Bíblia. “João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu” Jo 3.27.
    Assim sendo, os seres humanos devem se contentar com o que tem que, em suma, foi dado por Deus, desde que adquirido licitamente. As pessoas que receberam pouco de Deus não devem viver sob a síndrome da Gabriela, personagem do escritor baiano Jorge Amado:  “Eu nasci assim, vou viver assim, vou morrer assim, Gabriela”. O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios, disse aos escravos da época que se pudessem ser livres, aproveitassem a ocasião. Entendemos com esta expressão paulina que a pessoa pode e deve se esforçar para mudar socialmente de vida, de progredir financeiramente. “Foste chamado sendo servo? Não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião” 1 Co 7.21.
    O direito a propriedade é sagrado e reconhecido pelas sociedades organizadas. Ninguém tem o direito de meter a mão naquilo que não lhe pertence, essa é a lei divina.

   Furtar, segundo o dicionário de língua portuguesa Aurélio, significa, dentre outras coisas, “Subtrair fraudulentamente  (coisa     alheia); roubar. Fazer passar como seu (trabalho, ideia, etc). Percebe-se pela significação da palavra que furtar não é só se apropriar de um objeto pertencente a outrem. A questão é mais profunda do que pensamos. Por exemplo, diz-se de Absalão filho de Davi, que ele furtava o coração do povo (afeto) de seu pai, o rei de Israel. (Veja 2 Sm 15.6)
     No Antigo Testamento a pena para o ladrão, aquele que furtava, era ser obrigado a pagar quatro ou cinco vezes o valor do que fora furtado, e se porventura fosse apanhado furtando de noite, e se o proprietário o matasse, esse proprietário não seria culpado de crime de sangue. “Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas. Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue” Ex 22.1,2. Se, porventura, o ladrão não tivesse com que restituir o roubado conforme a Lei, seria  vendido como escravo. “... O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto” Ex 22.3. Na época de Salomão a pena pelo furto aumentou a restituição para sete vezes.(Veja Pv 6.30,31).
    A Bíblia diz que Deus odeia o roubo, que para o Senhor é considerado iniquidade. “Porque eu, o Senhor, amo o juízo e odeio a iniquidade do roubo;...”. Is 61.8.
    O profeta Malaquias nos traz uma revelação sobre o dízimo do Senhor, dizendo que reter o dízimo do Senhor e não entregá-lo a quem Deus determinou que fosse entregue (Israel no passado e a Igreja no presente) isso seria considerado um roubo. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” Ml 3.8. Continua o profeta dizendo que por causa desse roubo o povo de Deus não tinha prosperidade. Depois de advertir ao povo, ele revela a ordem de Deus: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” Ml 3.10.
    No Novo Testamento esse mandamento é ratificado por Jesus e por seus apóstolos.  Sobre o assunto Paulo disse: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” Ef 4.28. Ainda na Bíblia é dito que o furto é uma das obras da natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23).       
                         Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Nenhum comentário:

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...