segunda-feira, 5 de maio de 2014

Não Cobiçarás

1º - Não terás outros deuses diante de mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; 4º -   Lembra-te  do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
    O último mandamento do Decálogo trata da proibição à cobiça. “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” Ex 20.17.
    O verbo cobiçar, segundo o dicionário de língua portuguesa de Aurélio, significa: “ter cobiça de; apetecer muito. Desejar (o que é de outrem)”. Então, cobiça é um  desejo veemente de  possuir aquilo que é de outra pessoa. 
   Vemos na história bíblica alguns episódios em que a cobiça levou indivíduos a pecarem contra Deus. O primeiro caso foi o desejo de Eva de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Satanás espertamente instigou esse sentimento no coração daquela mulher quando  disse que aquele fruto, caso fosse comido por ela, a faria ser semelhante a Deus. “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” Gn 3.4,5. Eva impressionada com a malfadada explicação do texto feita pelo Diabo deixou-se dominar pela cobiça e o resultado foi comer do fruto proibido, levando a seu marido a comer também, e as consequências  todos  nós sabemos. “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” Gn 3.6.

    Outro caso registrado na Bíblia em que a cobiça levou a um dos soldados de Israel, na época da conquista da terra da Promessa, cometer pecado contra Deus, que trouxe para ele, sua família, e para o povo de Deus resultados  funestos.  Acã movido pela cobiça, segundo o seu próprio testemunho, se apropriou do anátema e o escondeu em sua tenda. “E respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela” Js 7.20,21.
     Outro episódio que mostra bem o perigo da cobiça foi o protagonizado por Absalão, filho de Davi, que usurpou o trono pertencente ao seu pai, obrigando ao rei a fugir de Jerusalém para escapar com vida. (Veja essa história em 2 Samuel capítulos 15, 16, 17 e 18). O resultado desse pecado levou Absalão à morte prematura.
     Ainda outro episódio foi o de Adonias outro filho de Davi que, mesmo sabendo que Salomão seria o herdeiro no trono de Israel, pôs os olhos grandes no trono que não lhe pertencia. “Então, Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinquenta homens que corressem adiante dele” 1 Rs 1.5. O resultado dessa cobiça também foi a sua morte prematura, como juízo de Deus (1 Rs 2.23-25).
    No meio da Igreja Primitiva houve um caso de cobiça manifestado por um novo convertido que, vendo que pela imposição de mãos dos apóstolos os crentes recebiam o poder do Espirito Santo, quis possuir essa capacidade, oferecendo  dinheiro. “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus” At 8.18-21.
    Alguém já disse, e é verdade, que a cobiça é irmã gêmea da inveja. A pessoa cobiça porque tem inveja do que os outros têm.       
    Paulo recomenda aos crentes que não se deem a cobiça do que quer que seja, inclusive daquilo que não é material como, por exemplo, o ávido desejo de ser reconhecido por parte do povo de Deus (vanglórias). “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” Gl 5.26.
                             Pr. Eudes Lopes Cavalcanti 

Nenhum comentário:

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...