“Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto
na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à
tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória,
para sempre. Amém”.
Depois de enfatizar a paternidade de Deus, a oração do Pai Nosso
revela onde esse Pai habita. “Pai nosso, que estás nos céus,...”. No Salmo 123.1 também nos
é revelado essa verdade. “Para Ti, que
habitas nos Céus, levanto os meus olhos”. No livro de Deuteronômio Moisés
orienta ao povo de Israel a se dirigir a Deus que habita nos Céus: “Olha desde a tua santa habitação, desde o
céu, e abençoa o teu povo, a Israel,...” Dt 26.15.
Segundo a Bíblia, e em
parte confirmada pela ciência, o universo compõe-se de três céus. O primeiro céu
é o céu atmosférico que é a camada de oxigênio que envolve o globo terrestre. O
segundo céu é o céu sideral que é o céu além do céu atmosférico onde estão os
planetas, os seus satélites, o sol e as estrelas. O terceiro céu é o Céu de Deus,
invisível aos olhos humanos, só
contemplado pela fé, mas esse Céu é real.
No estudo sobre o Ser
de Deus encontramos que Ele é o Deus transcendente e ao mesmo tempo imanente. Como transcendência de Deus, entendemos que
Ele é tão sublime e glorioso e que habita num lugar inacessível, fora do
alcance do homem. Como Imanência de Deus entendemos que Ele, apesar de ser
transcendente, interage com as suas criaturas. “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo
nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido
de espirito, para vivificar o espírito
dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos”. Is 57.15.
Voltando a tratar do Céu
como habitação de Deus ele também é conhecido na Bíblia como o Céu (Céus) (Sl 123.1; Ec 5.2), o Paraíso (2 Co 12.4), o
Seio de Abraão (Lc 16.22), o Terceiro Céu (2 Co 12.2).
Esse lugar é um lugar
paradisíaco (2 Co 12.1-4; Ap 22.1-5), onde Deus estabeleceu o seu trono e donde
dali governa o universo. “O Senhor tem
estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo”. Sl
103.19. Todas as visões que os santos profetas do Senhor tiveram de Deus O
viram assentado sobre o Seu trono de glória. “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um
alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Os serafins estavam
acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas
cobriam os pés, e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo:
Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua
glória” Is 6.1-3. (Veja ainda 1 Rs 22.19).
Ainda lá nos Céus estão algumas categorias
de anjos (serafins, querubins, seres viventes, o arcanjo Miguel, e o anjo
Gabriel, e outros), pois outros anjos estão na terra servindo a Igreja. “E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te
à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Não
são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Hb 1.13,14.
Lá nos Céus
encontram-se ainda as almas dos crentes
em Cristo falecidos, descansando de suas obras, aguardando o dia da Segunda
Vinda do Senhor quando reassumirão os seus corpos, agora glorificados. (Veja
Lucas 16.22; 1 Ts 4.14-16; Ap 6.9-11;14.13). Para esse glorioso lugar irá a
Igreja na consumação final. (1 Ts 4.17; Ap 22.1-5).
Com a expressão “Pai
nosso que estás nos céus”, o Senhor Jesus quis nos ensinar que Deus habita nos
céus e os seres humanos na terra, e que Ele é infinitamente superior as Suas
criaturas morais e que devemos a Ele submissão, respeito e devoção.
Quando orarmos, irmãos,
o Pai Nosso lembremo-nos de que Deus está numa posição infinitamente superior a
nossa. (Ec 5.2).
Pr. Eudes
Lopes Cavalcanti
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