sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Igreja de Esmirna (Ap 2.8-11)


      Não sabemos quem fundou a Igreja de Esmirna, talvez ela tenha sido fundada por algum dos convertidos no dia de Pentecostes, quando o Espirito Santo foi derramado sobre a Igreja nascente. O livro de Atos nos diz que naquele dia estavam em Jerusalém judeus e prosélitos de diversas nações. “E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu” At 2.5. “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” At 2.9,11.
     O nome Esmirna advém de uma resina aromática de uma árvore abundante na cidade, chamada de mirra, em grego smyrna.  Aquela cidade tornou-se muito importante na época do império romano porque tinha dois templos, um dedicado a deusa Roma  (Dea Roma) e o outro a Tibério, imperador romano, que era adorado como um deus, além dos templos de Zeus e Ártemis.
     No Apocalipse, a essa Igreja foi destinada a segunda das sete cartas. A Igreja de Esmirna compunha-se de crentes sem muita expressão social, eram pobres, mas ricos espiritualmente, conforme informação contida na própria carta. “Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” Ap 2.9.

     Jesus se apresenta àquela Igreja como o Primeiro e o Último, o que morreu, mas que ressuscitou dos mortos. “E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu” Ap 2.8. Ao se apresentar àquela Igreja dessa forma o Senhor queria dizer para ela que Ele é Deus, o inicio e o fim de todas as coisas, tudo foi feito por Ele, por causa dEle e para Ele. Também nessa apresentação o Senhor lembra a Igreja que mesmo sendo Deus Ele se fizera homem, encarnara (Veja Jo 1.14), para morrer pelos pecados do seu povo, mas que ressuscitara dos mortos e estava vivo para todo o sempre.
    Na análise que o Senhor fez daquela Igreja não foi identificado ponto negativo e sim positivo. “Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” Ap 2.9. Nessa analise Jesus informa a Igreja que estava acompanhando o seu bom ministério apesar de seus parcos recursos econômicos, bem como as dificuldades que a mesma enfrentava especialmente por parte dos judeus ortodoxos, inimigos ferrenhos da Igreja do Senhor. Essa blasfêmia de que Ele fala certamente se refere ao ensino judeu de que Jesus não era Deus, consequentemente não poderia ser adorado.
     A advertência que o Senhor faz a Igreja é para que ela permaneça firme nas tribulações por causa do Evangelho, que não temesse diante do que viria padecer. “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Ap 2.10. Ainda o Senhor adverte que o grande opositor da Igreja, o diabo, estava furioso contra ela e que alguns irmãos iriam ser aprisionados por causa do Evangelho.  Essa tribulação de dez dias quer dizer que seria intensa, mas de curta duração.
     Quanto à promessa que o Senhor fez aquela Igreja é a mesma que Ele faz aos crentes hodiernos - a coroa da vida e não sofrer o dano da segunda morte. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte” Ap 2.11. A Bíblia ensina que o crente em Cristo já nasceu de novo, ressuscitou espiritualmente, e sobre ele a segunda morte, que é a morte eterna, não tem nenhum poder. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”. Rm 8.1,2.      
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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