A
cidade de Pérgamo, atual Bergama, na Turquia, Ásia Menor, na época era um
importante centro religioso e cultural. O nome Pérgamo deriva-se de um material
para escrita utilizado por ela devido à escassez de papel oriundo do papiro
egípcio. Eles utilizavam o pergaminho (pele de animal curtida) para a escrita,
dai o nome Pérgamo. Nessa cidade tinha os templos dos deuses gregos Zeus, Atena, Dionísio e Asclépio cujo símbolo era
uma serpente, o deus da cura. Tinha também templos destinados ao culto dos
imperadores romanos Augusto, Trajano e Severo.
Devido a essa atmosfera espiritual derivada
desses cultos, o Senhor Jesus identifica a cidade como o lugar onde Satanás
habitava, tinha feito o seu domicilio, ou seja, tinha uma influência poderosa a
ponto de controlar quase todos os segmentos dessa importante cidade. A
perseguição ao Cristianismo era muito forte na cidade, inclusive já tinha
levado um irmão da igreja ao martírio, Antipas, uma fiel testemunha de Jesus.
O Senhor Jesus se apresenta a essa Igreja
como aquele que tinha a espada aguda de dois gumes. “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que
tem a espada aguda de dois fios” Ap 2.12. Essa espada representa o poder
destruidor de sua palavra para vingar o seu povo pelo sofrimento que estava
enfrentando da parte dos idólatras, bem como para punir aqueles crentes da Igreja que
estavam sendo seduzidos pela doutrina de Balaão e pelos ensinos dos Nicolaítas.
Ao analisar a vida interna da Igreja de Pérgamo,
o Senhor a elogia por permanecer fiel aos ensinamentos de Jesus a despeito da
perseguição que vinha sofrendo. “Eu sei
as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o
meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel
testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” Ap 2.13.
Nessa análise o Senhor ainda identifica as
fraquezas da Igreja, que era ter dentro dela, inclusive sendo tolerado, um
grupo de irmãos que seguiam a doutrina de Balaão e a dos Nicolaítas. “Mas umas poucas coisas tenho contra ti,
porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a
lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios
da idolatria e se prostituíssem. Assim, tens também os que seguem a doutrina
dos nicolaítas, o que eu aborreço” Ap 2.14,15. Esse grupo praticava aquilo
que era proibido por Deus em sua Palavra: a idolatria e a imoralidade sexual.
Esclarecendo melhor a questão, eles se identificavam como seguidores de Cristo,
mas participavam das festividades onde eram oferecidas comidas e bebidas aos
ídolos bem como onde a prostituição cultual era comum. Esse ensino era, em
tese, o mesmo que o profeta Balaão no seu tempo usou para enganar o povo de
Deus (Veja Nm 25.1-18; 31.16). Os Nicolaítas esposavam o mesmo ponto de vista
dos da doutrina de Balaão, inclusive o uso da fralde para seduzir os irmãos da
Igreja.
Em seguida a análise na vida interna da
Igreja, o Senhor Jesus convoca os prevaricadores a se arrependerem dessa prática
pecaminosa sob pena de sofrerem a disciplina imposta pelo poder de Sua Palavra.
“Arrepende-te, pois; quando não, em breve
virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca” Ap 2.16.
Finalmente o Senhor faz uma promessa ao
vencedor, como é feita nas outras cartas. “Quem
tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a
comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” Ap 2.17. O maná
escondido se reporta a Cristo como o alimento espiritual verdadeiro que só o que
o experimenta são aqueles que são escolhidos por Deus. (Veja Jo 6.48-51).
Quanto à pedra branca com um nome desconhecido que só os crentes o conhecem é o
precioso nome de Jesus. Essa pedra será entregue somente aos eleitos de Deus,
vencedores.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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