sexta-feira, 5 de setembro de 2014

As Sete Igrejas do Apocalipse


    Estamos iniciando no boletim dominical da Igreja uma série de estudos sobre as sete cartas do livro de Apocalipse, destinadas às sete igrejas da Ásia Menor, existentes na época (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia). Mas antes de falarmos sobre cada uma delas, daremos uma visão panorâmica sobre o livro citado para facilitar a compreensão das cartas bem como a sua mensagem para os nossos dias.
     O livro de Apocalipse em seu estilo literário é totalmente diferente dos outros livros do Novo Testamento, tendo semelhança com alguns livros do Antigo Testamento em algumas das partes deles como, por exemplo, Daniel, Zacarias, Isaías e Ezequiel.
    O estilo literário em que foi escrito Apocalipse chama-se de literatura apocalíptica, estilo literário utilizado intensamente na segunda metade do período inter-biblico e o primeiro século da era cristã. Esse estilo literário apresenta a sua mensagem através de figuras de linguagem, símbolos, numerologia, etc. A mensagem geral dos livros escritos em linguagem apocalíptica era para consolar o povo de Deus que sofria perseguição por parte do estado e de outras religiões. Basicamente a mensagem era esta: vocês estão sofrendo por causa da fé, tenham paciência por que Deus há de intervir, punir os seus opressores e dá um final feliz a vocês.

   Devido à dificuldade de interpretar o livro de Apocalipse surgiram, ao longo da história da Igreja, quatro linhas de pensamento ou escolas: a)  a Escola Preterista, que ensina que o livro de Apocalipse refere-se a Igreja do primeiro século estando pendente apenas a segunda vinda do Senhor e a consequente consumação de todas as coisas; b) a Escola Historicista que ensina que o livro refere-se a Igreja ao longo de sua trajetória na terra desde o seu inicio até a segunda vinda do Senhor; a Escola Futurista, que ensina que apenas se cumpriu no primeiro século da era cristã os três primeiros capítulos do livro, o restante é escatologia ou seja refere-se as últimas coisas; e a quarta escola que é a Idealista, ensina que o livro não deve ser interpretado literalmente e sim que nele se encontram princípios espirituais que contemplam a luta espiritual da Igreja e a sua vitória final através do Senhor Jesus Cristo.
    Há ainda um ponto de vista esposado por um grande grupo de renomados teólogos dentre eles os doutores Martyn Lloyd-Jones e William Hendricksen que é o Histórico Espiritual, que se assemelha a Escola Idealista, mas que não descarta o contexto histórico do livro. Nesse ponto de vista esses estudiosos veem no livro uma simetria maravilhosa. Dividem o livro em duas partes: Uma trata do conflito da Igreja contra as forças espirituais (1-11), e a outra revela a profundidade desse conflito no reino espiritual (12-22). Esses teólogos identificam sete seções  nessas duas divisões. Essas secões são paralelas, uma trazendo mais luz sobre a outra, ou seja, uma esclarecendo e enriquecendo a outra.  A primeira divisão contém três seções: (a) Cristo no meio dos sete candeeiros de ouro (1-3); b) O livro com sete selos (4-7); c) As sete trombetas do juízo  (8-11); A segunda divisão contém quatro seções: d) A Mulher e o filho varão perseguidos pelo dragão e seus auxiliares (as duas bestas e a grande prostituta) (12-14); e) As sete taças da ira divina (15,16); f) A queda da grande prostituta e das bestas (17-19); g) O juízo sobre o dragão (Satanás) seguido da revelação do novo céu e nova terra, a Nova Jerusalém (20-22).
   Olhando para as cartas do livro de Apocalipse de uma forma panorâmica, podemos observar nelas quatro coisas comuns a cada uma delas, que são: 1) Uma apresentação do Senhor Jesus tirada da visão do capitulo primeiro; 2) Uma análise da vida espiritual da Igreja, identificando pontos positivos e negativos; 3) Uma advertência feita a Igreja pelo seu Senhor sobre a necessidade de abandonar o pecado e voltar-se para Ele; 4) Uma promessa do Senhor ao vencedor.
  A mensagem contida no livro de Apocalipse e especialmente nas sete cartas é também para a Igreja da atualidade, por isso iremos enfatizá-la no boletim da nossa Igreja.            
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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