segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22)


      A cidade de Laodicéia situava-se na Ásia Menor e teve o seu nome dado em homenagem a Laodice, esposa do rei Antíoco II, sírio, que estendera o seu domínio até aquela parte do mundo. Uma fonte de agua quente abastecia a cidade que, devido ao seu percurso, chegava a ela, morna. Nessa próspera cidade havia indústrias de lã bem como uma florescente indústria farmacêutica onde o colírio para tratar doenças de olhos era famoso.
      A Igreja em Laodicéia, tudo indica, fora fundado por Epafras um dos obreiros contemporâneo de Paulo. O apóstolo Paulo escrevera uma carta a essa Igreja, mas ela não faz parte do Cânon Sagrado (Cl 4.16). Era ela uma Igreja rica, pois a maioria de seus membros tinha uma condição social elevada, e ela se regozijava por isso.
     O Senhor Jesus se apresentou aquela Igreja como o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” Ap 3.14. Com essa apresentação o Senhor Jesus se revelou aquela Igreja como uma pessoa digna de crédito pelo que iria dizer para ela. Amém significa assim seja; o que é  verdadeiro; concordo com o que se é dito. Ele ainda se revelou  como o principio da criação de Deus, ou seja, como aquele por quem tudo foi criado, e existe. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” Jo 1.3.  (veja ainda Cl 1.15-17).

 Na análise que o Senhor Jesus fez da vida interna da Igreja de Laodicéia não foi identificado nenhum ponto positivo, aliás, é a única das sete Igrejas do Apocalipse em que isso acontece. “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”Ap3.15-17. Jesus, conhecedor da vida íntima da Igreja, disse que ela não era fria nem quente, mas morna e isso lhe causava náuseas e que estava prestes a vomitá-la de sua boca, fazendo referência à água morna que chegava a Laodicéia e que causava náuseas em seus habitantes. Essa mornidão espiritual era o resultado da vida dos laodicenses comprometidas com as coisas do mundo. Eles amavam mais as coisas do mundo do que as coisas de Deus, o que acontece com muitos que fazem a Igreja na atualidade, que amam mais as coisas da presente época do que as coisas do Reino de Deus. (Leia Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17).
    O Senhor advertiu a Igreja, que se julgava rica e próspera, para que ela buscasse dele as verdadeiras riquezas espirituais que satisfazem de fato a alma humana. “aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quanto amo: sê, pois, zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” Ap 3.18-20. As vestes brancas falam de pureza que o sangue de Jesus produz na vida daqueles que se arrependem de seus erros. Os olhos curados pelo colírio divino falam de uma visão espiritual restaurada. O Senhor revelou que estava a porta daqueles corações querendo que eles gozassem de comunhão com Ele. Ainda o Senhor diz que Ele é aquele que disciplina os membros faltosos, caso não se arrependam de seus pecados.
   Finalmente o Senhor fez uma promessa ao vencedor, dizendo que aquele que vencesse se assentaria com ele em seu trono, como ele venceu. “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono” Ap 3.21.  O Jesus que venceu com a sua morte e ressurreição garante vitória aos crentes fiéis, bem como os recompensa com bênçãos divinas no Reino vindouro.
    A carta termina com a insistente declaração do Senhor para que se dê ouvidos a voz do Espirito que habita na Igreja.       
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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