Três
categorias de pessoas tiveram papel preponderante na sociedade israelita do
passado: o rei, o sacerdote e o profeta. Todas essas categorias tinham os seus dignitários
ungidos para o exercício do seu ministério.
O rei, o ungido do Senhor, era alçado para governar a vida politica do
povo de Deus. O sacerdote era ungido para o exercício do seu oficio dentro do
santuário, e o profeta era ungido para falar a nação em nome do Senhor, em
tempo de crises. Os profetas escritores, objeto desta panorâmica, atuaram no meio
do povo de Deus, tanto no reino do Norte (Israel) como no reino do Sul (Judá), bem como durante e depois do cativeiro babilônico.
Os
profetas eram conhecidos como videntes porque desvendavam o futuro para o povo de Deus; porta voz especial de
Deus porque representavam Deus diante dos homens, manifestando-lhes a Sua
vontade; e Professor da lei e da justiça
porque atuavam na área do ensino da lei, quando o ministério levítico se
deteriorava.
Ainda os
profetas, por sua vez, eram divididos em dois grupos, a saber: os profetas da
palavra chamados também de profetas não escritores, e os profetas da escrita ou
profetas escritores que foram usados por Deus para escrever os livros
constantes do Cânon Sagrado, a saber, por ordem como se encontra na Bíblia
Sagrada: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel – profetas
maiores; Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias – Profetas Menores. As designações profeta
maior e profeta menor tem haver com o
volume do livro e não com a qualidade da vida do profeta.
Ainda esses profetas atuaram em três épocas
distintas do povo de Deus, senão vejamos: Jonas, Amós e Oséias – Reino de Israel; Obadias,
Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Jeremias e
Sofonias – Reino de Judá; Habacuque, Ezequiel e Daniel – Cativeiro
Babilônico; e Ageu, Zacarias e Malaquias
– após o Cativeiro Babilônico.
Em relação aos profetas não escritores dois se
destacaram na história do povo Deus: Elias, o tisbita e Eliseu, seu sucessor.
Elias além de combater o culto a Baal realizou sete milagres, e Eliseu
quatorze, porque nele havia a porção dobrada do Espirito Santo, conforme seu
pedido ao Senhor. “Havendo eles passado,
Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja
tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu
espírito” 2 Rs 2.9.
Quanto
aos temas tratados pelos profetas do Senhor, especialmente os profetas
escritores, temos os temas éticos e os temas escatológicos. Quanto aos temas
éticos, os profetas bíblicos falavam
sobre: a) A condenação da idolatria, da
imoralidade e da injustiça social seguido do chamado ao arrependimento; b) Falavam
ainda sobre o caráter de Deus ao exigir justiça e misericórdia e ao prometer o
julgamento sobre o impenitente; c) Falaram também sobre a religião verdadeira
como ligada ao coração e não ao formalismo religioso. Quanto aos temas escatológicos, os profetas antigos falavam sobre: a) A vinda
do Senhor e o seu impacto na vida do povo de Israel e das nações; b) O caráter
e vinda do Messias no julgamento, salvação e glória; c) Falavam ainda sobre a
vinda da era messiânica e suas bênçãos sobre Israel e o mundo; d) e, por fim,
falaram sobre a preservação do remanescentes fiel de Israel.
Ainda
fazendo referência aos profetas da palavra, a maioria compunha-se de homens,
mas temos algumas mulheres usadas por Deus no ministério profético como, por
exemplo: Miriã, irmã de Moisés, Débora na época dos juízes, e a profetiza Hulda,
e como reminiscente desse período temos Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser,
mencionada no evangelho de Lucas, que teve o privilégio de ver o Senhor Jesus
quando era uma criança.
Pr. Eudes Lopes
Cavalcanti
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