sexta-feira, 1 de maio de 2015

Uma panorâmica sobre Ezequiel

Deus na Sua sapiência infinita, sabedor do que iria acontecer com o seu povo, e de acordo com a Sua soberana vontade, levantou três homens para ministrar ao Seu povo na maior crise de sua história, que foi a destruição do templo e da cidade de Jerusalém e do cativeiro babilônico. Esses homens foram Jeremias, Ezequiel e Daniel. Esses profetas foram colocados por Deus em pontos estratégicos. Jeremias profetizou antes e durante parte do cativeiro babilônico em Judá. Ezequiel e Daniel faziam partes dos cativos levados para a Babilônia. Daniel foi alojado na corte babilônica e depois na dos persas e Ezequiel ficou ministrando ao povo na colônia de cativos em Babilônia. Ezequiel era um sacerdote israelita e o livro que escreveu é cheio de áudios visuais, de visões dadas por Deus, de parábolas, alegorias e ações simbólicas. Ele começa o livro com a revelação de uma visão que tivera de Deus: ”E aconteceu,... que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. No quinto dia do mês (no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim), veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do Senhor” Ez 1.1-3. Como é dito nos versículos iniciais desse livro, o profeta Ezequiel começou o seu ministério no breve reinado de Joaquim, em 597 a.C. onze anos antes da destruição total da cidade e do templo. Mesmo fisicamente na Babilônia, Deus o levava em espirito, em visões, a sua terra natal para mostrar o que as autoridades de Israel faziam as ocultas, sacrificando a ídolos, apesar de estarem recebendo o justo juízo de Deus por causa desse e de outros pecados. O livro de Ezequiel tem dois objetivos básicos: 1) gerar arrependimento e fé; 2) Estimular a esperança na misericórdia de Deus, que iria restaurar o seu povo e fazê-lo retornar a sua terra natal. No seu livro, Ezequiel atrela a destruição de Jerusalém e do templo ao afastamento da glória de Deus, por causa do pecado do povo, e o retorno da glória de Deus para o templo no reino escatológico, quando Deus voltará a tratar a Israel com misericórdia. Primeiramente Ezequiel tem a visão da glória de Deus (shekinah) saindo de sobre o propiciatório (arca da aliança) e depois do templo. Em seguida ele vê a glória de Deus saindo da cidade de Jerusalém e depois pairando sobre o monte das Oliveiras, e depois desaparecendo definitivamente, deixando a cidade a mercê de forças inimigas, culminando na destruição do templo e da cidade. Na profecia de Ezequiel pode-se constatar aquela famosa expressão dita pela esposa de Finéias filho do sacerdote Eli, quando a arca da Aliança foi tomada pelos filisteus na batalha em que seu marido perdera a vida, o seu sogro morrera repentinamente e ela estava morrendo por causa do parto complicado que tivera. À criança nascida ela deu o nome de “Icabô” – foi-se a glória de Israel (1 Sm 4.1-22). Ezequiel dedica uma boa parte do seu livro (capítulo 40 à 48) para falar da restauração do templo de Jerusalém bem como da reintegração do povo à terra prometida. Essa profecia nunca se cumpriu na história de Israel até o momento com os detalhes com que foi dita. O templo reconstruído por Zorobabel (livro de Esdras) não teve as características do templo de Ezequiel e foi destruído pelos romanos no ano 70 de nossa era. Os judeus que perderam a sua identidade politica desde aquela época, exceto por um tempo no período inter-bíblico, só a restabeleceu em 1948. Uns acham que esse templo vai ser reconstruído no período tribulacional e estará funcionando no Milênio. Outros acham que a profecia tem um caráter simbólico e se refere a Igreja, que é o santuário do Altíssimo conforme os textos apostólicos (1 Co 3.16,17; 6.19; 2 Co 6.16). Segundo o ensino apostólico, a restauração de Israel (o remanescente) dar-se-á através do programa geral da Igreja que é chamada de santuário de Deus, e que é composta de judeus e gentios (Veja Rm 9,10,11). No livro de Ezequiel encontramos uma profecia de restauração de Israel muito famosa que é a do vale de ossos secos (Ez 37). Outra informação importante, a exemplo de Isaías (Is 14.1-27), é a que retrata a queda de Lúcifer, o querubim ungido, representado pelo rei de Tiro (Ez 28.1-19). Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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